A Celesc já pediu aos grandes consumidores de energia do Estado o uso racional de eletricidade em função do risco de desabatecimento no país. A reunião da distribuidora com a indústria ocorreu há 45 dias com o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia.
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– É melhor economizar 5% agora do que forçar uma redução de 20% no ano que vem – afirmou Ivone Faria, chefe do Departamento de Comercialização de Energia da Celesc, referindo-se a um possível racionamento de energia.
A informação foi divulgada nesta terça-feira durante reunião da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). No encontro, foram discutidos os impactos do custo da energia para o setor produtivo e riscos de desabastecimento.
– A situação é preocupante e merece nosso acompanhamento detalhado. As indústrias já têm se esforçado na otimização do uso da energia. Estamos fazendo a nossa parte, mas não há como reduzir muito o consumo sem afetar a produção – alertou o presidente da Câmara, Otmar Josef Müller.
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O industrial aproveitou a reunião para entregar à estatal um estudo comparativo das tarifas de energia pagas pelas indústrias de Santa Catarina e dos demais Estados do Sul e Sudeste. Segundo o levantamento, a indústria catarinense paga para a Celesc, desde 2010, tarifas médias superiores às cobradas por Copel, Rio Grande Energia, AES-Sul, CEEE-D e TM Brasil.
De acordo com o chefe do Departamento de Regulação da Celesc, Vanio Moritz, que participou da reunião, o impacto do aumento de energia só deverá chegar aos consumidores em 2015.
Segundo Moritz, apenas em 2013 foram repassados R$ 13,3 bilhões às empresas, através da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Estes aportes podem, segundo estudo da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica, ampliar os reajustes em até 11 pontos percentuais por cinco anos.
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– É preciso entender que este socorro foi feito não às empresas, mas ao modelo -afirmou Moritz, se referindo ao efeito da Medida Provisória 579, que forçou a redução das tarifas, e a estiagem, que aumentou os custos de geração da energia em função da utilização de fontes térmicas.