Exigências de regulação do setor e a crise econômica levaram a Celesc a um balanço negativo no segundo trimestre do ano, mas o cenário está melhorando. O que mais pesou para a queda do resultado da companhia no período, que implicou num prejuízo de R$ 176,9 milhões, foi a decisão da Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, de exigir o reconhecimento de perda de R$ 256 milhões no balanço, relativa a uma exposição negativa de oferta de energia em 2014. A Celesc precisava ter de 100% a 105% de energia contratada, mas ficou abaixo, com 98,5%. Segundo o presidente da empresa, Cleverson Sietwert (foto), isso resultou numa discussão na esfera administrativa e judicial. Eram três itens com retirada de R$ 600 milhões, mas a companhia ganhou dois. Restou esse dos R$ 256 milhões que precisou ser provisionado agora, mas segue sendo questionado na Justiça e a companhia já conseguiu uma liminar favorável quarta-feira, que ontem foi deferida.

Continua depois da publicidade

Conforme Siewert, se a empresa sair vitoriosa nessa ação judicial, ela não precisará reconhecer essa perda no balanço e, assim, poderá ter uma nova tarifa com queda de 2% a 3% a partir de 22 deste mês, quando entra em vigor sua revisão tarifária. Mas se perder, não poderá incluir na tarifa e, assim, o consumidor pode ter redução de 5% da tarifa este mês. Outro fato que puxou para baixo o resultado foi a retração de 1,8% do mercado cativo da Celesc Distribuição no segundo trimestre frente aos mesmos meses do ano anterior. Mas no mercado total houve alta de 1,9% em função da migração de consumidores empresariais para o mercado livre.

Sempre que a tarifa do mercado livre sofre uma queda, há uma migração. Se a economia melhorar e o preço do PLD (preço de liquidação das diferenças) subir, isso muda — explica Siewert.

Como a economia está retomando atividade, a tendência é de alta da energia e volta de clientes cativos. O presidente também comemora a melhora dos indicadores de qualidade dos serviços e redução de 19,6% dos gastos gerenciais no trimestre. As ações preferenciais da Celesc valorizaram 58% este ano até 12 de agosto. O Ibovespa valorizou 34,5%.

Perdas do celos

Continua depois da publicidade

Parte das perdas que vêm sendo contabilizadas pelo Celos, o fundo de pensão dos empregados da Celesc, que cabem à empresa, estão sendo pagas e entram no balanço da companhia como despesa com pessoal. Segundo o presidente da empresa, Cleverson Siewert, essa é uma situação nacional. Praticamente todos os fundos do país enfrentam dificuldades. Ele explica que a Celos está fazendo um reposicionamento de carteira, atrelando um percentual maior a títulos públicos federais.