Moradora dos Ingleses, no Norte da Ilha de SC, Mariely Thayrine Rodrigues, 15 anos, ficou sem luz em duas ocasiões no fim de 2015: Natal e Réveillon. Das 14h às 21h em ambas as datas, ela conta que não pôde preparar a ceia, nem tomar banho para esperar o novo ano que se aproximava.
Continua depois da publicidade
– O forno da minha mãe é elétrico. Não conseguimos fazer a ceia devido à falta de luz. Na virada de ano também, sabe, banho de água fria não é nada legal. Gosto de virar o ano com a alma lavada, digamos assim. Acho uma falta de respeito com a comunidade – conta.
Conforme a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), rajadas de vento atingiram cinco alimentadores simultaneamente e deixaram aproximadamente 35 mil unidades consumidoras sem luz nos bairros de Canasvieiras, Ingleses, Santinho, Cachoeira do Bom Jesus, Jurerê, Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui na tarde do dia 31 de dezembro.
A fim de minimizar os prejuízos aos consumidores que se sentiram lesados pela queda de energia elétrica no Ano-Novo, a Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor em Florianópolis notificou a Celesc na tarde desta segunda-feira, 4.
Continua depois da publicidade
O órgão da prefeitura, por meio do secretário Tiago Silva, solicita esclarecimentos acerca da queda e demora do restabelecimento da energia elétrica na virada. A ação de notificação tem prazo de 10 dias e, caso a Celesc não preste contas, estará sujeita a multa de até R$ 3 milhões.
– Teve gente que ficou até 12 horas sem luz. Isso mostra que o sistema está falho e que falta planejamento na temporada – reforçou Tiago, salientando, também, que, além das residências, muitos bares, restaurantes e mercados foram prejudicados com a falta de energia.
Quem quiser recorrer dos direitos lesados pela interrupção do serviço, deve comparecer à sede do Procon municipal (Rua Tenente Silveira, 299, Edifício Reflex – (48) 3131-5300) com RG, CPF e conta de luz em mãos.
Continua depois da publicidade
Voluntários de campanha global vão instalar 25 postes de luz em comunidade de Florianópolis
Estatal se justifica
Em nota publicada nessa segunda-feira, a Celesc explicou que no dia 31 equipes de emergência “precisaram trabalhar de forma intensa para recompor o sistema em diversas regiões atingidas por fortes rajadas de vento e velocidade estimada em mais de 50km/h, com efeito devastador em muitos pontos.” A estatal acrescenta que os ventos chegaram ao Norte da Ilha de Santa Catarina e atingiram cinco alimentadores simultaneamente.
“Com o pronto atendimento das equipes de emergência, o sistema elétrico foi sendo gradativamente recomposto e, em duas horas, 32 mil unidades consumidoras já contavam com fornecimento. Pouco depois das 20 horas o abastecimento estava normalizado em quase 100% da área atingida, restando casos mais isolados. A área de maior dificuldade para as equipes foi entre Jurerê e Daniela devido ao rompimento de um cabo e quebra de um isolador, danos que exigiram mais tempo para o conserto” continuou em comunicado a Celesc.
Na hora da virada, 2,6 mil unidades consumidoras estavam às escuras em Florianópolis e permaneceram assim até às 2h da madrugada devido aos fogos de artifício ou abalroamento de postes.
Continua depois da publicidade
Ainda sobre o Norte da Ilha, “no período compreendido entre 14h30min do dia 31 e 20h do dia 1º, após o serviço de recomposição dos alimentadores, foram atendidas 360 ocorrências, destas 170 foram falta de fase e 12 foram transformadores queimados.”
A Celesc considerou, ainda, “o tempo médio de atendimento das ocorrências acima do normal”, mas “prejudicado pela dificuldade de tráfego das equipes e pela ausência de sinal de telefonia móvel, que impediu o acionamento remoto de vários equipamentos da rede elétrica.”