Moradores de Joinville estão relatando uma nova prática de golpe na maior cidade do estado: criminosos estão se identificando, inclusive com roupas e acessórios, como profissionais a serviço da Celesc. Eles informam que vão realizar manutenções em determinado bairro e, em alguns casos, se utilizam até de cones e sinalização completa, mas na verdade só querem furtar o cabeamento elétrico da rede. Em entrevista à CBN Joinville nesta segunda-feira (25), o gerente regional da Celesc, Wagner Voguel, destacou que essa ação tem preocupado e demandado esforços da companhia, em parceria com a Polícia Civil, que investiga as denúncias recebidas. 

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Joinville e região pelo WhatsApp

— São “profissionais” vestidos com a roupa próxima a vestimenta da Celesc ou de nossos terceirizados […]. Eles entram em comunicação com os moradores, geralmente de áreas ruais, informam que vão fazer uma manutenção na rede elétrica e, na verdade, estão furtando o cabeamento — comentou.

De regra, os profissionais da Celesc utilizam uniformes que são facilmente identificados, com vestimentas antichamas na cor cinza, com faixas refletivas, detalhes em laranja e ainda com a logo identificado a companhia. Já os terceirizados, de empresas autorizadas, podem variar sendo azul, laranja ou ainda cinza escuro, mas todas no mesmo padrão semelhante ao da companhia. O gerente da Celesc alerta que empresas parceiras sempre apresentam adesivos nos carros com a frase “a serviço da Celesc”. E nas denúncias recebidas nas últimas semanas, os relatos são sempre de veículos populares e sem identificação nenhuma.

— Temos imagens de câmeras de segurança e de fotos tiradas pelos próprios moradores, que mostram que os ladrões tem se apresentado com veículos pequenos, particulares, sem identificação — apontou.

Continua depois da publicidade

O consumidor deve ficar atento a estes detalhes para saber se realmente se trata de algum profissional autorizado ou é algum criminoso. A companhia disponibiliza o telefone de emergências para checagem se há manutenções ocorrendo. Em caso de negativa por parte da Celesc, a orientação é acionar a Polícia Militar (190) para que seja efetuado o flagrante. O diretor da empresa salientou que as equipes da Celesc geralmente trabalham em grupos, com um encarregado responsável pela manutenção e à disposição para esclarecimentos nos locais. Agentes sozinhos trabalham, somente, em emergências. 

Segundo Wagner Voguel, os prejuízos em toda a região, somadas todas as modalidades de crimes contra a rede elétrica, já são milionários e vem crescendo desde o ano passado.

— Entre 2020 e 2021, a gente registrou um crescimento gigantesco desse tipo de ocorrência. A gente trabalha com um cenário de mais de R$ 1 milhão de prejuízo na nossa região — destacou. 

Ainda de acordo com o gerente da Celesc, esses prejuízos causados à rede são oriundos de diversos tipos de crime. As investigações internas da companhia e também das ações realizadas pela Polícia Civil mostram que são vários perfis de criminosos. 

Continua depois da publicidade

— Nós temos diversos perfis desses ladrões. Desde o mais amador, que toma choque e comete danos severos à rede elétrica. E temos os “profissionais do furto”, que eles usam, inclusive, equipamentos de segurança — disse.

Wagner Vogel ainda falou sobre o comportamento dos consumidores em Santa Catarina, a diferença de consumo da rede no período pandêmico e ainda sobre as ações da companhia.

Ouça, abaixo, a entrevista na íntegra ao CBN Mais. O programa vai ao ar na CBN Joinville de segunda a sexta-feira, às 11h, com Jota Deschamps, Fernando Gonçalves e Rodrigo Zimmermann.