A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville apoia a medida da Prefeitura de encaminhar a cartórios nomes de inadimplentes com tributos municipais. O presidente da entidade empresarial, Carlos Grendene, acredita que isso não vai afetar os negócios do varejo.
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Grendene diz, ainda, que as obras de fiação subterrânea, em ruas centrais, devem começar em novembro. A CDL vai pedir recursos ao governo estadual para ajudar a bancar o Projeto Natal dos Sonhos.
Ao analisar a evolução do comércio varejista, o dirigente constata mais pontos positivos do que negativos. Ele diz que os shoppings se modernizaram – apesar da falta de espaços de lazer para crianças – e que as lojas de rua foram reformadas para atrair os clientes.
Grendene também comemora a onda de frio que passou pela região no último mês, que ajudou a impulsionar as vendas do comércio local.
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Com experiência de 20 anos no comércio no ramo de calçados em Joinville, Grendene já trabalhou em Porto Alegre no setor público e em outras atividades. Tem formação em curso superior incompleto. Ele se define como um empreendedor, que acredita sempre em fazer a cidade melhor.
CUSTOS
– Os lojistas de tamanho médio, estabelecidos em shopping centers, arcam com custos mais elevados de energia, mão de obra, aluguel e condomínio. Estes são itens de custos fixos, com acréscimo anual acima da inflação. Além disso, a concorrência aumenta e a margem de rentabilidade fica reduzida. Isso obriga a demitir os trabalhadores de salários mais altos. Isso explica, também, a saída e a mudança de lojas nos shoppings.
MODOS DE PAGAMENTO
– A venda com cheques é mínima e se reduziu drasticamente. Atualmente, não representa mais do que 10% dos negócios. Há dez anos, essa modalidade de pagamento participava com 60% do total das transações. Hoje, o cartão (débito e crédito) é que participa com 60% do volume.
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NATAL DOS SONHOS
– Queremos recursos do governo estadual para colocar em prática o Projeto Natal dos Sonhos. E também, neste tópico, o planejamento de ações e convênio com a Prefeitura deverão estar assinados até o final deste mês. A iniciativa se concentrará no Centro da cidade para reduzir custos. Mas a iluminação natalina se espalhará pelos bairros.
FIDELIZAÇÃO
– Agimos para fidelizar os sócios da CDL. Queremos ter um sistema mais ágil de cobrança de créditos para favorecer comerciantes na sua relação com clientes. Outra necessidade é da gestão dos benefícios, principalmente em contratos de empréstimos consignados e vale-refeição.
PRIORIDADES DA CDL
– A primeira prioridade é manter os sócios atuais filiados à entidade. E, se possível, aumentar o número. Temos ao redor de 2 mil associados. Fizemos pesquisa com mil deles para identificarmos interesses. Um dos desejos é incrementar o Plano CDL Celular Corporativo. Funciona há um ano, e temos 276 linhas ativas entre empresas que aderiram.
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SAÚDE
– Outra ação é negociar com operadoras de plano de saúde para melhorar o atendimento aos associados.
FIAÇÃO
– As obras de fiação subterrânea devem começar em novembro em ruas laterais às ruas Nove de Março e do Príncipe, no Centro da cidade. Nestas duas vias principais, os serviços só vão iniciar em janeiro de 2014. É um pedido nosso (e acatado pela Celesc) para não prejudicar o fluxo de pessoas e de vendas para o Natal.
INADIMPLÊNCIA
– A inadimplência vem caindo lentamente. As pessoas estão pagando melhor e em dia. Os compradores de imóveis enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, têm de estar em dia com compromissos para assinar o financiamento.
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ESTOQUES
– Oitenta por cento das compras para o verão e Natal já foram realizadas. As coleções primavera-verão chegam ao consumidor com variação de preços pequena. A alta é em torno de 3% na comparação com 2012. No geral, o aumento é menor do que a inflação porque o lojista resiste em aceitar aumento maior na negociação com os fabricantes.
SHOPPING NOVO
– Em Joinville, ainda não cabe um terceiro shopping. Inexiste massa salarial e número de consumidores com renda suficiente para dividir o mercado em três. Em Blumenau, onde há três shoppings, todos enfrentam dificuldades. Um novo shopping em Joinville se justificaria se tivéssemos mais 200 mil habitantes aos atuais quase 600 mil.
NOVA SEDE
– A ideia de construir uma nova sede maior para a CDL será rediscutida no próximo ano. Precisamos verificar qual é o tamanho ideal de que precisamos. Há uma convicção: não mudaremos de local. É claro que o imóvel atual terá de ser demolido para o novo prédio ser erguido. Há demanda por mais espaço. Principalmente para realização de muito mais cursos, por exemplo.
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IPTU NO CARTÓRIO
– A CDL não pode ser a favor de alguém que não paga ISS e IPTU. A Prefeitura é igual a uma loja. Com razão, quer receber seus créditos a que tem direito. O assunto é de atribuição e decisão exclusivas da Prefeitura e da Câmara de Vereadores. Pelo que nos disseram, 70% do que não foi pago são de donos de áreas de loteamentos.
EFEITO NO COMÉRCIO
– Todas as lojas têm um analista de crédito. Este profissional identifica características de comportamento do consumidor. Por isso, não acredito que o encaminhamento de nome de devedores a cartório signifique prejuízo aos nossos negócios. Não há efeito sobre o comércio. Aliás, não há conversa (eletrônica) entre os sistemas dos cartórios e do SPC.