Apesar de ter agido rápido no corte de atletas por doping, a Confederação Brasileira de Atletismo admite que os casos influenciaram nos resultados do Brasil no Mundial de Berlim, sobretudo no desempenho das equipes de revezamento. Pouco antes da competição, os exames de Lucimara Silvestre, Luciana França, Josiane da Silva Tito, Bruno Lins Tenório de Barros e Jorge Célio da Rocha Sena deram positivo para eritropoetina (EPO). O presidente da entidade, Roberto Gesta de Melo, afirmou que uma investigação está sendo realizada para apurar outras denúncias de doping.

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– Agora, com o retorno de Berlim, estamos recomeçando os trabalhos da comissão. A princípio, temos 30 dias, mas com essa pausa do Mundial pode demorar mais. As medidas que deveriam ter sido tomadas de forma imediata, foram. A ação do Brasil foi considerada padrão pela IAAF. Vamos dar prosseguimento a isso e tentar apurar o máximo possível – declarou em entrevista ao clicEsportes.

O presidente pede que as dúvidas em torno de atletas da modalidade sejam esclarecidas:

– Quem tiver alguma denúncia, desconfiança, é hora de falar, senão estará compactuando. Recebemos denúncias, mas precisamos apurar – completou.

Os treinadores Jayme Netto Júnior e Inaldo Justino de Sena também foram suspensos até o julgamento definitivo. Os velocistas Evelyn Carolina Oliveira Santos e Rodrigo Bargas foram afastados preventivamente:

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– Eles confessaram que usaram a substância. Foram afastados, vai haver a sindicância e eles vão ao Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação. Os outros cinco abriram mão da contra-prova. A pena é de dois anos – explicou o dirigente.

Roberto Gesta de Melo disse que não haverá mudanças no padrão de controle da CBAt, após os casos de doping. Segundo ele, o modelo de testes do país é considerado ideal pela IAAF:

– Mais do que a CBAt faz, não pode. Se gasta de R$ 400 a R$ 500 mil por ano. Agora mesmo importamos 1 mil kits de controle antidoping. Não conheço nenhuma entidade no Brasil que promova isso – destacou.