Cerca de 25% das mulheres em idade fértil têm cistos no ovário. Porém esse dado não significa que uma mulher receba o diagnóstico da síndrome do ovário policístico, pois para isso é necessário que a paciente apresente alguns sintomas.

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– Os sinais mais importantes são alterações menstruais, ausência de menstruação, pelos no rosto, na barriga e nos seios, surgimento de acnes, ganho de peso e infertilidade – informa o ginecologista Joji Ueno, doutor em medicina pela Faculdade Medicina da USP e responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês.

O médico ressalta que a síndrome do ovário policístico é considerada a segunda principal causa de infertilidade, perdendo apenas para a endometriose.

– Dentre as mulheres que têm cisto, entre 5% e 10% têm a síndrome – alerta o especialista.

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Vale lembrar que são nos ovários que o corpo da mulher armazena os óvulos – as células reprodutoras – e produz os hormônios femininos.

– Os cistos são pequenas bolsinhas com água que surgem nos ovários e podem atrapalhar seu funcionamento, interferindo na fertilidade e na produção de hormônios – detalha Ueno.

Além dos sintomas já citados, a síndrome provoca resistência à insulina – o hormônio que faz com que os açúcares entrem nas células – e contribui para o ganho de peso.

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– Tais fatores podem levar a paciente a desenvolver diabetes, por isso o tratamento é imprescindível – reforça o médico.

As principais causas

A obesidade pode ser uma das causas da síndrome do ovário policístico, pois inibe a ação da insulina na célula, aumenta o nível de glicose no sangue e faz com que o pâncreas produza mais insulina. Outra causa é uma produção maior de hormônios masculinos por conta dos cistos no ovário ou por alterações da hipófise e hipotálamos, responsáveis pelas produções dos hormônios do organismo.

– Isso provoca aumento do tamanho dos ovários e ciclos menstruais espaçados – informa o médico.

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Ele explica que todos os sintomas podem ser aliviados com tratamento hormonal.

– A pílula anticoncepcional, que altera a produção dos hormônios, reduz o aparecimento de pelos e espinhas e também regula o ciclo menstrual – diz.

No entanto, não é indicada para a mulher que pretende engravidar.

– Neste caso, é importante fazer uso de medicamentos que estimulem a ovulação. E se não der certo, a fertilização in vitro é outra solução – confirma Ueno.

O tratamento deve ser feito e a síndrome deve ser sempre acompanhada. Dicas importantes para conviver com a doença:

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? Ao perceber os sintomas, procure um endocrinologista ou um ginecologista.

? Se estiver acima do peso, alimente-se de forma saudável e faça exercícios físicos. Emagrecer pode aliviar os sintomas.

? Ter a síndrome do ovário policístico não significa que a mulher nunca poderá engravidar. Muitas engravidam sem tratamento e outras somente com a indução da ovulação.