Em uma das primeiras transmissões ao vivo da TV brasileira, o país assistiu, em choque, às tentativas suicidas de quem buscava escapar de um dos piores incêndios de São Paulo. Pessoas se jogavam pelas janelas do prédio, enquanto as chamas consumiam o Andraus.
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Dois anos depois, em 1974, outro incêndio estarreceu o país no Edifício Joelma. Apenas após estas duas tragédias SP revisou suas normas de prevenção, sendo repetido pelos outros estados.
A tragédia do Andraus abriu as discussões sobre as normas de segurança e vistoria, mas foi somente depois do incêndio no Joelma que a legislação ficou mais rigorosa. De acordo com o Corpo de Bombeiros de SP, hoje menos de 10% das ocorrências são casos de incêndio.
As tragédias serviram de lição também para a reorganização dos bombeiros, que tiveram aumento do efetivo, equiparação salarial e o serviço 193.
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Confira a entrevista com Samuel Belk, engenheiro que inspecionou o Joelma
Diário Catarinense – Como o tema segurança era tratado antes do caso Joelma? Naquela época, quando se construía um prédio de concreto armado, não se pensava que poderia pegar fogo. O Edifício Joelma foi o primeiro grande exemplo de que uma excelente estrutura de concreto não era totalmente segura. E isso, principalmente, pelo conteúdo. Para se ter uma ideia, a fiação dos aparelhos eletrônicos eram fixadas por pregos.
DC – Quando começou a se pensar em mudar a lei? A entrada do nosso grupo no Joelma já indicava que algo aconteceria. Assim que concluímos o laudo fomos chamados pela prefeitura para participar da revisão da legislação e, em seguida, começamos a trabalhar na atualização das normas de segurança em prevenção de incêndio, junto à ABNT.
DC – Esse conjunto de novas normas impediriam uma tragédia semelhante? Uma tragédia como aquela não se repetiria. Se fosse hoje, aquele mesmo incêndio não teria provocado tanta destruição. Os prédios estão mais seguros.
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