Não são poucas as pessoas que, em algum momento da vida, arriscam deixar as metrópoles para se “esconder” em um lugar mais distante e próximo da natureza. Aliás, muitas delas não apenas arriscam: depois da mudança, adoram e recomendam.

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É o caso de dois casais que trocaram os 11 milhões de habitantes de São Paulo, maior cidade da América Latina, pelos 11 mil de Urubici, na Serra Catarinense.

Victor Vicente Iague, 47 anos, é casado com Ana Paula Queiroz Junqueira, 41. Na capital paulista, Victor sofreu dois sequestros-relâmpago, vários assaltos e teve quatro carros roubados. Há sete anos, vieram para São Francisco do Sul, no Litoral Norte, mas o ritmo de correria se manteve. Decidiram radicalizar e mudaram-se para Urubici. Victor pediu demissão e, há seis meses, foram viver no alto da Serra Catarinense.

A mudança foi gigantesca, mas os dois garantem que não sentem falta de nada e, mais do que isso, fizeram a escolha certa e são felizes.

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– Em São Paulo, eu dirigia até cinco mil quilômetros por semana, e aqui não chega a 20. Lá, eu não caminhava ou andava de bicicleta, e aqui eu faço sempre. Lá, eu dormia com um zunido que não sei de onde vinha, e aqui o silêncio é total. Essa cidade é maravilhosa – diz Victor.

Menos dinheiro, mas mais qualidade de vida

Quem seguiu o mesmo rumo foi Gustavo Emmerich, 33 anos, e a mulher, Thais Camargo Gonçalves, 32. Veterinários, os dois também trocaram São Paulo por Urubici há sete anos, em busca de tranquilidade e de um mercado que não existia na cidade. O começo de negócio para animais domésticos cresceu e prosperou.

– Lá, você sai na rua e vê um monte de prédios, e aqui vê um monte de montanhas. Você ganha menos em dinheiro, mas muito mais em qualidade de vida – afirma Gustavo.

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– Em vez de irmos ao shopping, vamos tomar banho de rio – diz Thais.

Surfista até em água doce

O camarada pega ondas no mar todo santo dia há 35 anos e, de repente, troca o Litoral pela Serra. Fernando Moniz, o Marreco, um dos pioneiros no surfe no Brasil, aproveitou muito as ondas do Rio de Janeiro, sua terra natal, e de Florianópolis, onde viveu por três décadas. Até que percebeu que a cidade estava cheia demais, e que era hora de ir para o interior.

Para não ficar totalmente longe do surfe, precisou inventar. Quando o Rio Canoas está cheio, ele surfa nas ondas que se formam. Quando a água está calma, a curtição fica na prática de stand-up, que é o ato de ficar em pé sobre a prancha e navegar à base do remo.

Dezessete anos de paixão

A história da vida de Dani Wirth é, literalmente, cosmopolita. Nasceu em Israel e morou na Bélgica, no Senegal e nas Bahamas, com conhecimento de vários outros países e culturas. Há 28 anos, resolveu viver no Brasil e, há 25, chegou a Florianópolis, onde empreendeu.

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Quando conheceu Urubici, em 1995, Dani se apaixonou e passou a ir à cidade com maior frequência.

Atualmente, é guia credenciado do Parque Nacional de São Joaquim e conduz turistas em passeios pelos diversos pontos turísticos da região mais fria do Brasil.

– Em Urubici, o convívio com a natureza é incrível. As trilhas, matas e os passeios são coisas que poucos têm na cidade. É raridade no mundo.