Candidato ao título do returno do Campeonato Catarinense, o Joinville tem uma peculiaridade em relação às outras grandes forças do Estado. Neste Estadual, o Tricolor do Norte foi o time que mais apostou em talentos revelados nas categorias de base. Em 15 partidas, o técnico Fabinho Santos utilizou 28 jogadores. Metade deles é prata da casa.
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Mas qual é a razão de o Joinville investir tanto na base em 2017? A resposta mais óbvia é a necessidade. Rebaixado à Série C no ano passado, a direção do clube viu as receitas diminuírem consideravelmente. Hoje, o Tricolor gasta aproximadamente R$ 370 mil em salários para atletas e comissão técnica, orçamento mais baixo entre os cinco grandes do Estado. A solução foi tomar a decisão caseira.
Por enquanto, a estratégia de salvação tem funcionado. Jovens como Marlyson, Matheus, Breno e Roberto formaram um bom time ao lado dos experientes Danrlei, Kadu e Aldair, também crias da base do JEC.
Em situação parecida está o Criciúma. Desde a queda para a Série B, no fim de 2014, o Tigre viu as receitas despencarem. Em meio à pouca arrecadação, o presidente Antenor Angeloni deixou o comando do clube. O novo gestor, Jaime Dal Farra, assumiu o Criciúma com a missão de manter o Tigre na Série B e dar oportunidade aos talentos que, por tradição, o Criciúma revela.
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O saldo ainda é visto neste Estadual. Dos 30 atletas utilizados por Deivid, 13 vieram da base. Os mais rodados são Marlon, Barreto e Douglas Moreira.
Campeão do turno, o Avaí se destaca pela mescla entre atletas experientes (responsáveis pelo acesso à Série A) com talentos que pedem passagem na equipe. Neste Estadual, Claudinei Oliveira utilizou 31 atletas, dos quais 12 são formados na base avaiana. Alguns deles são muito experientes – casos do capitão Marquinhos, do lateral Gustavo Santos e do atacante Romulo. Outros, aos poucos, estão se firmando: Renato Júnior, Lucas de Sá, Devid e Vitor.
O Figueirense usou 11 atletas da base no Catarinense entre os 29 escalados até aqui. A mudança na comissão técnica e os resultados ruins prejudicam a sequência de Dudu, Henrique Trevisan, Matheusinho, João Pedro e Índio. Por enquanto, só o experiente Bruno Alves tem a total confiança dos alvinegros.
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Na Chapecoense, por motivos óbvios, quase não há atletas da base. Num elenco novo, Vagner Mancini foi obrigado a insistir na repetição dos recém-contratados para dar ritmo e entrosamento. Dos 25 utilizados pelo comandante, apenas Douglas Grolli, recontratado junto à Ponte Preta, surgiu na base do Verdão.