A reação de Diego Piacentini, vice-presidente da Amazon, ao entrar no quarto de hotel de 15 metros quadrados, lotado para a entrevista da Welle, foi: “uau! isso é o que chamam de torcida brasileira de futebol?”
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Os irmãos gêmeos fundadores da empresa catarinense Welle Laser podem ser considerados os recordistas de público do Painel Internacional de Seleção da Endeavor, em Florianópolis. Vinte pessoas sentadas e outras cinco em pé, entre elas o presidente da Endeavor no Brasil, Juliano Seabra, espremiam-se em um dos quartos do Il Campanario, em Jurerê Internacional, para assistir à segunda entrevista de seleção dos empreendedores Rafael e Gabriel Bottós.
Entrar na Endeavor, para eles, significa o apoio necessário para aumentar o mercado de atuação, conseguir investimentos expressivos e ainda definir o próprio futuro na empresa. Como precisam do suporte de investidores, os irmãos temem ter baixa participação na companhia dentro de poucos anos.
Nesta terça-feira, a Endeavor ocupou três andares do hotel para um dia inteiro de sabatinas com avaliadores nada fáceis de agradar, como Piacentini, o diretor de Finanças do Mercado Livre, Pedro Arnt, o fundador do Buscapé, Romero Rodrigues, e a diretora executiva do grupo de mídia e entretenimento Cisneros, Adriana Cisneros.
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Investimentos para crecer
Apesar de ser uma empresa local, a Welle mostra que corresponde aos valores da Endeavor por sonhar grande e poder gerar um alto impacto no país. Na entrevista, os irmãos afirmaram que, no meio deste ano, vão lançar uma máquina de corte industrial a laser inédita no Brasil, 50% mais eficiente que a concorrente alemã. A tecnologia nacional, além de oferecer um salto de qualidade, sairá mais barata para as indústrias brasileiras que a importada.
Para realizar o projeto, os empreendedores precisam de investimentos. Como contou Rafael na entrevista, a máquina de cinco toneladas custa R$ 1 milhão para produzir. A meta dos irmãos é vender de 10 a 15 equipamentos por ano.
Vice-presidente da Amazon descarta venda física na operação brasileira
O DC aproveitou a presença de Diego Piacentini,vice-presidente da Amazon, para perguntar sobre o papel do Brasil entre os mercados da empresa.
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A resposta do executivo deixa claro que, apesar de ter lançado as vendas do Kindle no site brasileiro, o foco da Amazon no país é no digital, com e-books e aplicativos, deixando de lado a venda de produtos físicos.
– O mercado brasileiro é muito importante para nós, que estamos nos negócios de e-book no Kindle, computação em nuvem e Apple Store. O Brasil tem sido um mercado muito amigável para serviços digitais e de software, e é exatamente nisso que estamos investindo. O e-commerce será ainda maior no mundo, mas para nós,e-commerce no Brasil é apenas digital.