Catarinense tenta integrar tripulação do Abu Dhabi na próxima etapa

Oficialmente, só um brasileiro está dando a volta ao mundo na edição 2011/2012 da Volvo Ocean Race: Joca Signorini, da equipe espanhola Telefónica. Em Itajaí, um catarinense vive a expectativa de aumentar a estatística. Ed Amorim é de Balneário Camboriú e há 10 anos vive na Austrália. Voltou para casa durante a regata por um motivo especial: fazer as vezes de anfitrião para a equipe Abu Dhabi.

Ex-atleta profissional de surf, se aposentou em 2002 após uma fratura na perna. De lá para cá, conheceu a vela e apaixonou-se pelo esporte.

– O velejador manobra o barco, sente a velocidade e a água respingar no rosto. É muito da minha atmosfera – disse o ex-surfista, que se especializou em regatas.

Ed diz que não poderia perder a passagem da Volvo Ocean Race pela “porta de casa”. Com a viagem marcada para o Brasil, recebeu de uma amiga, que já trabalhava para a equipe Abu Dhabi, o convite para ajudar na logística do time em Itajaí.

Surgiu, então, a possibilidade de tentar uma vaga entre os tripulantes para a próxima etapa da regata. Preparado, ele diz que embarcaria hoje, se fosse preciso. Mas admite que os planos de mostrar trabalho à equipe para conquistar a desejada carona foram frustrados pelas avarias no barco, que desistiu da etapa e está vindo a bordo de um cargueiro para Santa Catarina (veja texto ao lado).

– Com essa situação ficou mais difícil que eu consiga embarcar, em função da crise vivida pela equipe. Mas continuo trabalhando, mostrando minhas habilidades – disse Ed, esperançoso.

Embora a chegada do veleiro em um navio de carga garanta, certamente, menos emoção ao Abu Dhabi do que experimentam as outras equipes, a dedicação do velejador brasileiro deve fazer com que os tripulantes se sintam em casa.

Barco só deve chegar dia 17 a Itajaí

O veleiro da equipe Abu Dhabi embarcou terça-feira em um cargueiro em Puerto Montt, no Chile. A embarcação, que teve o casco danificado a caminho de Itajaí, deve chegar dia 17, apenas cinco dias antes da largada rumo a Miami (EUA).

Parte do conserto do veleiro será feito a bordo do cargueiro. As avarias ocorreram durante uma tempestade no Pacífico Sul e obrigaram a tripulação a usar placas de fibra de carbono retiradas dos beliches para reforçar a embarcação e, assim, chegar em relativa segurança ao Chile.

A maioria dos tripulantes só deve desembarcar em Itajaí na próxima semana. Apenas o norte-americano Nick Dana e o inglês Simon Fisher preferiram vir com antecedência.