Pouca gente poderia imaginar que na cidade de São João Batista, distante cerca de 80 quilômetros de Florianópolis e conhecida pela forte tradição na produção de calçados, estaria um dos acervos de informática e videogames mais interessantes do Brasil. O informalmente chamado “Museu da Informática e do Videogame” é uma iniciativa de um analista de sistemas e empresário da cidade, Eduardo Vicente, que tem mais de duas mil peças em acervo – cerca de 500 delas em exposição, com um diferencial: absolutamente tudo que está no museu, funciona.

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-Desde cedo nunca joguei nenhum equipamento fora. Fiz faculdade de Ciências da Computação na Furb e já naquela época falava aos colegas: se um dia não quiser mais esse aparelho, saiba que tem alguém aqui que quer – conta Eduardo, orgulhoso da coleção.

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Vicente afirma ser o único do Brasil com essa quantidade de amostras em tão bom estado físico e de funcionamento. Alguns dos equipamentos nunca foram usados – caso de um notebook do início dos anos 90 que foi tirado da caixa por ele e funciona até hoje. Outro exemplo de portátil é um Compaq Portable III, cuja proposta era ser um computador leve e fácil de levar pra qualquer lugar. Quando fechado para ser transportado, vira uma mala de mais de 15 quilos – até parece um desfibrilador (equipamento usado em hospitais para tratar paradas cardíacas). Em todos os computadores, além da parte externa intacta e funcional, os softwares – parte virtual do computador, como programas e sistemas – são todos da época correspondente.

-Tenho aqui o Windows 2, que é praticamente inédito. As pessoas se lembram do 95, 98, XP… Um ou outro já ouviu falar no 3.11, que é bem antigo. Mas o 2 quase ninguém conhece – explica.

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Além dos computadores, outros objetos ocupam uma ampla sala no segundo andar do edifício comercial da família no Centro de São João Batista. Os videogames. Assim como os computadores, todos funcionando. Há exemplares mais populares, como o Mega Drive e o Telejogo I e II, mas tem peças raríssimas, como um console japonês raríssimo – só existem três no mundo.

Apesar de já possuir “figurinhas difíceis” do mundo da tecnologia na coleção, Eduardo afirma que ainda quer ampliar a quantidade e diversidade de jogos eletrônicos: “Sempre tem um que a gente tá procurando. Sou obcecado por isso e enquanto não conseguir todos, não sossego”, diz.

No museu, que recebe visitas de crianças e adultos que podem agendar gratuitamente uma ida ao local, o colecionador montou uma máquina de fliperama baseada em um computador doméstico, que projeta na parede em grandes proporções os jogos que fizeram a diversão de muitos brasileirinhos nos anos 70, 80 e 90. “Tem Enduro, Pac-Man, River Raid, só pra citar os mais comuns”, cita Eduardo.

O Museu da Informática e do Videogame aceita doações de equipamento antigos e visitas. Informações podem ser obtidas pelos telefones (48) 3265-3953 / 9997-7095 ou pelo e-mail educomp@educompinformatica.com.br.

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