O catarinense André Marcheto Silva Cazado, que precisava de um medicamento de R$ 120 mil, conseguiu a dose necessária e entrou em remissão da leucemia. Essa condição é necessária para que ele passe pelo transplante de medula óssea, que deve ocorrer em março.
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A notícia é um alívio para familiares e amigos que torciam por André. Em janeiro, ele e a esposa, Marianne Kreusch, fizeram uma campanha para arrecadação de dinheiro para a compra do medicamento. Cada dose da Nelarabina custa R$ 120 mil, e ela não é vendida no Brasil.
A medicação era a esperança de André para remissão da doença, que não foi possível com a quimioterapia. Ele recebeu a dose de Nelarabina entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, já que a aplicação ocorre em três dias.
Como o transplante deve ocorrer em um mês, outra dose será necessária para garantir a remissão até lá. O valor arrecadado na campanha vai ajudar com uma parte do valor. Segundo Marianne, eles devem pedir o reembolso do restante do valor investido ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas o processo é demorado.
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— Se conseguirmos o valor via SUS em algum momento, a ideia é devolver isso doando para outras pessoas que precisem — afirma Marianne.
Relembre a história de André
Marianne conta que o diagnóstico do marido foi “do nada”. Em agosto, André começou a perceber que não estava enxergando direito. Buscou um oftalmologista e outros especialistas até chegar na conclusão: leucemia linfoblástica aguda, e grave.
A dificuldade na visão era sintoma da doença. Havia tantas células de sangue (leucócitos) no corpo dele, que o sangue já não conseguia passar pelas veias do olho.
Ele fez um exame de sangue no dia 12 de agosto, e duas horas depois recebeu uma ligação informando que ele precisava ser internado. A alta concentração de células no sangue poderia causar um problema, como um derrame, a qualquer minuto.
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— Entre idas e vindas, a gente ficou cinco meses no hospital — conta Marianne. — Esses últimos meses parecem que foram três anos para a gente.
Com o diagnóstico, logo vieram as sessões de quimioterapia. Mas a cada sessão, quando a imunidade de André baixava, vinha também uma infecção, uma febre, uma dificuldade enfrentada por ele e por Marianne, que acompanha o marido durante o tratamento.
— Estamos juntos há 15 anos (quase metade da minha vida), então vou fazer tudo possível, porque nós somos unha e carne.
Até então, apesar dos problemas, a quimioterapia cumpria sua função: a cada sessão, a doença diminuía. Mas a última sessão não funcionou, a leucemia se manteve mesmo com a medicação. As sessões foram interrompidas e André foi para casa.
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Em janeiro, eles descobriram a medicação, necessária para que o transplante pudesse ser feito. André já tem um doador compatível.
O que é leucemia
A leucemia é uma doença maligna das células do sangue, que pode atingir desde crianças até idosos. Ela tem origem na medula óssea, e faz com que as células cresçam muito rápido, afetando as células sanguíneas normais e prejudicando a defesa do organismo.
Da medula, essas células alcançam o sangue e com isso podem atingir o baço, fígado, sistema nervoso central (cérebro e coluna vertebral), os testículos e outros órgãos.
A prevenção são exames de rotina e atenção a qualquer alteração no corpo. O diagnóstico é feito por exames de sangue.
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Muitas vezes, a leucemia não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, e os sinais variam de pessoa para pessoa e conforme o tipo de leucemia. Eles podem incluir febre, sensação de fraqueza e fadiga persistente, perda de apetite, perda de peso, sangramentos e hematomas que aparecem com facilidade, sangramentos nasais, dificuldade para respirar, anemia, suores noturnos, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nos ossos ou nas juntas, e infecções recorrentes.
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