Neste dia 1 de novembro o Brasil começa a caminhada em busca do pentacampeonato no Mundial de Futsal da Fifa. Este ano ele será disputado na Tailândia e como sempre a Seleção brasileira é a maior favorita. No comando dessa equipe está um catarinense. Marcos Sorato é o técnico brasileiro e tem a responsabilidade de comandar Falcão e companhia.
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Conquistar o título Mundial é um sonho de Sorato, que é conhecido também como Marcos Pipoca. Nascido e criado em Criciúma, o treinador é um dos pioneiros do Brasil a jogar na Espanha. Passou grande parte de sua carreira em território espanhol e por essa escolha não pode defender a Seleção, já que até o Mundial de 2000, na Guatemala, a Confederação Brasileira de Futsal não permitia convocar jogadores que atuassem fora do país. Mas, isso ficou no passado e agora o treinador só quer saber dos desafios que vem pela frente. Os principais adversários são Espanha, Itália, Rússia e Irã.
Em entrevista ao Diário Catarinense, por telefone, o técnico fala da Seleção e da organização do futsal. Pede mais atenção da Fifa e Conmebol e reclama do número de jogadores naturalizados jogando por outros países.
Confira a entrevista com o técnico da Seleção Brasileira de Futsal, o catarinense Marcos Sorato
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Diário Catarinense – Na convocação para o Mundial tem apenas quatro atletas que atuam no exterior, por que?
Marcos Sorato – Se você analisar nós estamos repatriando muitos jogadores, até por causa da situação econômica na Espanha hoje só três clubes tem condições de pagar bons salários. A Rússia é a que tem mais potência. E a gente nesse momento de convocação a gente não olha onde o atleta atual, nem estado e nem idade. Mas coincidiu que a maioria está no Brasil.
DC – O ala Fernandinho joga na Rússia, como tem sido o teu trabalho para observas os atletas que atuam nesse pais?
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Sorato – A gente acompanha por vídeo e com informações de amigos que trabalham lá. A gente sabe que o Fernandinho foi o último artilheiro da liga russa. Ele tem feito ótimas temporada lá. A gente assistiu o europeu de clubes também.
DC – Como você espera receber os atletas fisicamente, principalmente o Falcão?
Sorato – Preocupa muito. A gente tem atletas com problemas como o Wilde, que atua no Barcelona. A gente tem avaliado eles. Mas não vamos arriscar atletas que tenham problemas graves.
DC – Você acha que o futsal tem um nível profissional na liga e na organização, mas que alguns aspectos não evoluíram?
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Sorato – O futsal se você analisar desde 85 tem profissionais super especializados, como foram os times do Bradesco, Enxuta, Perdigão, Sadia. Em Santa Catarina chegou a ter oito equipes profissionais. O que falta evoluir é a Fifa, CONMEBOL e Uefa investirem no esporte como tal. Falta organização de calendário. Na Europa é organizado, mas alguns países não tem isso. As equipes grandes do Brasil tem futsal de base. Porque o futsal é complemento para o futebol. E como esporte de rendimento, quem viu a final da Liga Futsal percebeu a qualidade.
DC – O que você acha da declaração do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que gostaria de ver o beach soccer na Olímpiada de 2016?
Sorato – Eu acho que o beach soccer tem menos história que o futsal. A vantagem deles é que tem pessoas que jogaram futebol de alto rendimento e depois foram para as areias. É um espetáculo também, mas se você for ver a história é muito mais recente. O futsal está no Brasil no mais de 50 anos. O futsal cumpre com todos os pré-requisitos para ser olímpico.
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DC – Como você avalia o momento do futsal catarinense?
Sorato – É uma pena que Criciúma não tenha futsal de alto nível. Mesmo sem a Malwee Jaraguá conseguiu um bom campeonato. O problema é que a gente precisa de empresas fortes para apoiar os times. Krona vai ser campeão ainda, tem uma comissão técnica de qualidade. Mas a grande qualidade de Santa Catarina é revelar jogadores, temos muitos.
DC – O que você acha de países que naturalizam atletas de outras nações?
Sorato – Não gosto. Mas, nesses países a federação não apoia a formação de base. É um problema que a Fifa não quer abraçar. Assim eles acabam naturalizando vários jogadores. Acho que a Fifa não faz nada porque não aconteceu no futebol ainda. Porque se for para o Mundial uma seleção que entre os 22 jogadores tiver 10 de outra nação ela vai fazer alguma coisa. Já pedimos para fazer algo. Já pedimos para limitar, mas eles não fazem. Então ajudar na base seria muito mais difícil.