O atleta catarinense que vive em Kherson, cidade na Ucrânia tomada pelas forças russas, gravou o trajeto (assista abaixo) até o mercado sesta sexta-feira (04) e descreveu o clima após a batalha na região. Daniel Rosa viveu momentos de tensão desde que os ataques da Rússia começaram no dia 26 de fevereiro. As informações são do g1 SC.

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O jogador está com outros dois brasileiros e a tradutora do time, amiga deles, em um apartamento em Kherson. Os quatro se reuniram após o início dos bombardeios. Os três primeiros dias foram passados no porão da casa do treinador, que reuniu cerca de 30 pessoas que precisavam de refúgio, entre jogadores, família e amigos.

Daniel conta que a terça-feira (05), foi o dia mais tenso na cidade. Os ucranianos resistiram à invasão russa e confrontaram os militares, o que resultou em cerca de 300 pessoas mortas na batalha que ocorreu nas ruas de Kherson. 

— Até na segunda os mercados ainda tavam funcionando normalmente, bastante movimento mas tavam funcionando. Na terça invadiram e a gente não saiu de casa, que foi o dia mais tenso. Na quarta eles tomaram a cidade, a gente tentou sair acabou vendo os tanques e voltou correndo pra casa. E a partir de ontem [quinta], a gente começou a sair porque foi acordado que entre 6h e 20h da noite podia sair — conta Daniel.

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Após a tomada, o prefeito de Kherson, Igor Kolykhayev, assumiu uma postura pacífica. Ele pediu um “corredor verde” para transportar os mortos e a comida e instaurou um toque de recolher. 

Na quinta-feira (03), Daniel relata ter ouvido barulho de bombas, mas ele acredita que os bombardeios foram da Rússia para colocar medo na população. Na sexta-feira (04), o grupo de brasileiros foi ao mercado e se deparou com as ruas cheias de pessoas que aproveitaram o momento para reabastecer os estoques de alimento. 

— Hoje a gente foi levar comida para os avós da Katía, nossa tradutora, conseguimos ir no mercado comprar comida. Tinha bastante gente na rua, atrás de comida, água, mantimentos, como eles não estão deixando caminhões ucranianos entrar na cidade para ajudar com comida, eles bloquearam as entradas — conta o atleta.

Segundo Daniel, ele, os colegas brasileiros e a tradutora andaram bastante, e depois de passarem por dois mercados vazios, encontraram um estabelecimento que vendia comida.

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Os brasileiros e a tradutora escolheram ficar juntos em um apartamento desde o início dos ataques
Os brasileiros e a tradutora escolheram ficar juntos em um apartamento desde o início dos ataques (Foto: Daniel Rosa, reprodução)

O brasileiro afirma que apesar de manter contato com a embaixada, ainda não tem uma maneira de deixar a cidade, e a Ucrânia, de maneira segura. A recomendação do Itamaraty é que os brasileiros permaneçam aonde estão.

Na gravação de Daniel as ruas aparecem cheias de pessoas, indo e voltando, encasacadas em função do inverno que atinge a cidade. 

— Bom dia galera, pelo jeito a cidade tá um pouco mais tranquila, bastante gente na rua, tentando puxar produtos, comida, segue tudo bem por aqui, por hora — fala ele no vídeo. 

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