Quando a bola rolar no Caldeirão do Itaum, às 15h de domingo, o Kindermann vai começar algo além da manutenção da hegemonia no futebol feminino de Santa Catarina. Após o hiato de um ano, o clube renasceu das cinzas do terror e estará em ação como potência máxima da modalidade no Estado. O abalo pelo assassinato do técnico Josué Henrique Kaercher é uma cicatriz que a equipe vai carregar na luta pelo nono título do Campeonato Catarinense Feminino.

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Em dezembro de 2015, o ex-treinador da equipe Carlos Corrêa matou o sucessor. O clima fez com que o clube suspendesse as atividades. Retomou neste ano com uma campanha tímida no Brasileirão da categoria. Agora, tenta outra vez o título do Catarinense de forma invicta.

– A marca sempre fica, pensei até em não voltar. Mas chegou um ponto em que voltávamos ou acabava de uma vez. Tive de dobrar a família, mas estou feliz. É como se a vida tivesse voltado ao normal. Representamos bem a cidade, somos referência nacional – comenta o presidente Salésio Kindermann.

O Catarinense Feminino também está de volta. Previsto para o final do ano passado, a competição não foi organizada pela Federação Catarinense de Futebol (FCF) por causa da morte do presidente Delfim de Pádua Peixoto Filho. Na edição deste ano, quatro equipes se enfrentam em turno e returno. Os vencedores de fase fazem as finais – caso o mesmo time vença ambas é automaticamente campeão.

O torneio começa neste domingo e vai até, pelo menos, o dia 15 de outubro. Além do Kindermann estarão na disputa o Napoli, também de Caçador, o Fluminense, de Joinville, e o Pé na Bola, Cabeça na Escola, equipe de Criciúma e que pretende adotar o nome do município. O campeonato ainda é tratado como amador, mas a expectativa é de que no próximo ano ganhe força e peso com a entrada dos times femininos dos grandes clubes catarinenses.

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– Vai se fortalecer no ano que vem, quando os times das séries A e B do Brasileirão terão times femininos, por exigência do ProFut. Acho que este é um recomeço para se ter um torneio maior no futuro – contou o presidente da FCF, Rubens Angelotti, que esteve no começo da semana em São Luís (MA) para acompanhar o sorteio de grupos da Copa do Nordeste, evento que reuniu presidentes de federações e o craque Zico.

KINDERMANN

Plantel: Base do time que foi até as oitavas do Campeonato Brasileiro, comandado pelo técnico Jorge Barcellos, prata nas Olimpíadas de 2008, em Pequim.

Investimento: Acima de R$ 50 mil

Folha: R$ 50 mil

Patrocínios e apoiadores: Empresas locais e benefício com lei de incentivo ao esporte

Média de idade: 21,5 anos

Local dos jogos: Estádio Municipal Carlos Alberto Costa Neves, em Caçador

FLUMINENSE

Plantel: Jogadoras da região de Joinville, reforçada por atletas de outros locais

Investimento: R$ 20 mil para a competição

Folha: Atletas amadoras

Patrocínios e apoiadores: Assessoritec

Média de idade: 22 anos

Local dos jogos: Caldeirão do Itaum, em Joinville

NAPOLI

Plantel: Jogadoras da região de Joinville, reforçada por atletas de outros locais

Investimento: R$ 20 mil para a competição

Folha: Atletas amadoras

Patrocínios e apoiadores: Assessoritec

Média de idade: 22 anos

Local dos jogos: Caldeirão do Itaum, em Joinville

PÉ NA BOLA, CABEÇA NA ESCOLA

Plantel: Atletas do Joguinhos Abertos por Criciúma, atletas sub-20 e algumas mais experientes

Investimento: R$ 20 mil para a competição

Folha: Bolsa-auxílio atleta para parte do grupo

Patrocínios e apoiadores: Faculdade Esucri, Colégio Rogacionista e FME de Criciúma

Média de idade: 19 anos

Local dos jogos: CT do Criciúma