Catarinense é responsável pela avaliação das feras

Juiz internacional de surfe, o catarinense Ícaro Cavalheiro é um dos responsáveis pela avaliação das manobras das feras no WCT Brasil 2005. Há três anos, ele acompanha as principais etapas do World Championship Tour (WCT), a divisão de elite, e do World Qualifying Series (WQS), a divisão de acesso.

Além dele, também estão no quadro da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) Jeff Klukel (EUA), Pritamo Ahrent (AUS) e Dave Shipley (HAV), e o head judge (coordenador dos juízes) Perry Hatchett (AUS).

Como cada etapa do WCT exige a escalação de sete árbitros – cinco para avaliarem as baterias e dois para fazerem o revezamento – dois ou três juízes do país que recebe o evento sempre são chamados para completar o quadro. Para a edição de 2005 do WCT Brasil foram convocados os também catarinenses Luli Pereira e Luiz Antônio Dantas.

– Os juízes internacionais julgam três baterias e depois folgam uma delas para arejar um pouco. Esse break é importante e necessário, pois em uma hora e meia de trabalho você avalia 40, 50, 60 ondas – diz Ícaro.

Segundo ele, a concentração é tão grande no momento de avaliar o desempenho dos surfistas na água que, às vezes, chega em casa “moído”.

– E ainda tem gente que pensa que viemos para a praia só para curtir. Não dá, né! O desgaste é sempre grande – ressalta o árbitro, de 38 anos de idade.

Ícaro conta que ser um juiz internacional tem suas vantagens, como conhecer lugares paradisíacos e surfar ao lado de feras do circuito mundial. O único ponto desfavorável é o tempo de permanência no Exterior. Ele diz que dos 12 meses do ano, consegue parar em casa apenas em janeiro e alguns dias de agosto, quando há uma folga no calendário.

Ícaro, porém, não pensa em largar a profissão. Procura aperfeiçoar-se no trabalho, observando a evolução do esporte, enquadrando-se às novas regras e aprimorando o inglês.

– Hoje, os surfistas fazem manobras impressionantes, como aéreos, reverses e giros no ar. Então precisamos ter feeling para avaliar, ainda mais em competições de nível altíssimo como o WCT – observa.