Trabalhadores catarinense têm a segunda maior carga horária semanal, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), chegando a 41,1 horas.
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A pesquisa levantou os dados entre a promulgação da Constituição Federal, em 1988, e o ano de 2007. No período, o tempo médio de trabalho por semana da população no Estado diminuiu das 44 horas fixadas como jornada máxima pela Constituição para 41,1 horas.
Os catarinenses ficaram atrás dos paulistas, que trabalhavam em média 41,9 horas por semana em 2007.
Média caiu em todo o país
O levantamento mostra que no período entre 1988 e 2007, a carga horária média de trabalho da população brasileira apresentou tendência de queda.
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A redução foi maior na região Sul, para as mulheres, para os trabalhadores de maior idade e para aqueles com menos escolaridade, para os envolvidos em atividades agrícolas e para os não remunerados.
O país como um todo registrou no período estudado diminuição em 10,7% na carga horária média semanal trabalhada pelos ocupados.Em resumo, a redução foi de 44,1 para 39,4 horas médias semanais de trabalho.
Na Região Sul, a queda na carga horária média trabalhada foi de 13,2%. A diminuição do tempo médio de trabalho, não ocorreu de forma homogênea para todos os ocupados, segundo o estudo Carga Horária de Trabalho: Evolução e Principais Mudanças no Brasil.
Horas de trabalho por sexo, raça, idade e setor
A queda da carga horária relativa às mulheres (- 11,1%) foi maior que a dos homens (-10%) no mesmo período. A jornada média de trabalho semanal das mulheres (35,1 horas), atualmente, é 17,6% inferior a do homem (42,6 horas).
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Em 1988 ela era 16,7% menor. Os pardos tiveram a maior jornada média semanal de trabalho: 41 horas. Segundo o Ipea, eles apresentaram a menor queda desde 1988 (-6,1%), ao contrário dos trabalhadores de raça amarela (-11,9%), que registraram a menor carga horária média semanal de trabalho.
Trabalhadores com mais de 55 anos de idade apresentaram maior redução no tempo médio de trabalho durante a semana (18,5%), entre 1988 e 2007. Já o segmento entre 24 anos e 40 anos de idade teve a menor queda (-7,8%).
Com isso os trabalhadores de 24 a 40 anos passaram a liderar, em 2007, a maior jornada média de trabalho por semana (41,1 horas), e os ocupados com idade acima de 55 anos tiveram a menor jornada média de trabalho por semana (35,4 horas).
O setor agrícola teve a maior diminuição registrada no tempo de trabalho, com 26,3%, e acabou registrando, em 2007, a menor jornada média trabalhada por semana no país: 33,6 horas. A maior ficou com o setor de transporte (46,2 horas), seguido do setor de serviços industriais (44,7 horas).
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Histórico
Em 1988, a população do Mato Grosso tinha o maior tempo médio semanal dedicado ao trabalho, com 48,5 horas, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 47,2 horas, e Roraima, com 46,8 horas. Na época, a menor jornada média semanal de trabalho era registrada no Piauí, com 39,3 horas.