Vai mudar. O Campeonato Catarinense obrigatoriamente passará por alteração na fórmula de disputa. Não apenas pela liberdade para a mudança por conta de dois anos de repetição, como requer o Estatuto do Torcedor — embora neste ano tenham sido acrescidas as semifinais. Em sua posse na última terça-feira, o novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, informou que os estaduais terão a quantidade de datas reduzidas. Desta forma, inviabiliza o formato atual.

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No Catarinense 2019, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) ainda conseguiu duas além do estipulado pelo calendário de competições. Utilizou 18 e mais duas foram “encontradas” —entre os dias de jogos da Copa do Brasil — para adequar turno, returno, semifinais em jogo único e grande decisão. No entanto, no ano que vem serão 16 datas – sem concessões. Caboclo vai cortar nos estaduais para que o Campeonato Brasileiro seja paralisado em datas-Fifa: os times nacionais não serão desfalcados por convocações.

Por aqui, o jeito é mudar. Nesta quinta-feira, em evento sobre as semifinais do Catarinense, o presidente da Associação de Clubes de Santa Catarina (SCclubes), Francisco Battistotti, também presidente do Avaí, indicou que a primeira fase do próximo Estadual tende a ter os 10 clubes divididos em duas chaves. É um modelo que vai entrar em discussão.

— Na CBF tomamos conhecimento que teremos 16 datas, o que nos obriga a ter duas chaves de cinco. Vamos conversar para que na fase decisiva tenhamos semifinal e final com jogos de ida e volta. No ano passado, a Chapecoense teve grande vantagem e na final perdeu para o Figueirense. Este ano, o Avaí terminou com sete pontos na frente da Chapecoense e de repente no domingo eu posso ser eliminado (ao lado, o técnico Geninho bate três vezes na mesa de madeira) sem uma segunda chance. Acredito que temos de criar condição para que o clube tenha outra partida.

A ideia chegou a ser aventada por alguns personagens no conselho técnico deste Catarinense, realizado no ano passado. No entanto, a sugestão não seguiu. Entre os motivos estavam o pleito das equipes consideradas pequenas em receberem os chamados grandes em seus domínios para obterem receitas por meio de renda. Porém, de acordo com Battistotti, não foi isso que ocorreu nesta edição do Estadual.

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— Tirando os quatro clubes, a média de publico, mesmo que estes fossem ao interior, ficou entre 1,2 mil e 1,5 mil pessoas nos estádios. As médias de clubes considerados menores não vão aumentar com os grandes clubes indo até eles – decretou o presidente da SCclubes.

Um estadual com menos jogos também é defendida para que algum grande clube alcance em um futuro não tão distante algum título nacional. Embora a Série A pareça quase impossível e a Copa do Brasil tem um caminho muito mais complicada que anos atrás, os times do Estado podem brigar pelo caneco das divisões inferiores do Campeonato Brasileiro. O Joinville, por exemplo, conquistou a Série B em 2014.