Durante os sete dias em que a mostra SCMC Transcultural ficou aberta para visitação no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (SC), assistimos a diversas reações de encantamento com o trabalho desenvolvido por alunos, empresas e universidades de moda e design do nosso Estado. Mas duas, especialmente, nos chamaram a atenção.

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A primeira foi dos turistas de fora de Santa Catarina – e até mesmo de outros países – que visitaram o espaço. Com vários sotaques e maneiras de se expressar, ouvimos comentários do tipo “só em Florianópolis mesmo para vermos esse tipo de coisa” ou então “não sabia que Hering, Dudalina, Altenburg, Karsten, Audaces, Círculo e tantas outras empresas gigantes eram daqui”. Também nos orgulhou muito feedbacks como “essa mostra poderia estar em qualquer lugar do mundo”.

Esse olhar de fora, de quem não vive Santa Catarina e os seus negócios todos os dias, fortalece uma imagem que o movimento há nove anos defende: precisamos de um olhar com mais confiança e autoestima.

E é exatamente esta a segunda reação que mais nos chamou a atenção na mostra. Catarinenses – em grupos ou mesmo sozinhos – comentavam entre si: “será que foi mesmo criado aqui?” ou, então, “nunca imaginei que veria isso em Santa Catarina”. Comentários exatamente opostos aos turistas que conheciam o nosso Estado.

Com a mostra aberta ao público, entendemos que a questão da autoestima catarinense está diretamente ligada à descrença que o morador local deposita no que é feito na sua região. Nossa colonização europeia deixou por aqui a herança do perfeccionismo e do trabalho bem feito, mas, para o bem da nossa economia e da nossa gente, precisamos olhar com mais encantamento para o que é feito aqui.

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Estarmos preparados para melhorar e com os olhos sempre atentos para onde podemos evoluir é tão importante quanto nos orgulharmos de ser quem somos.

Torcemos para que, cada vez mais, os catarinenses percebam que a inspiração para uma belíssima obra de arte, uma peça de design, uma fotografia encantadora, um produto ou tecnologia inovadora pode estar bem ao lado dele. Porque, afinal de contas, podemos não admitir, mas estamos num país maravilhoso e num estado único, criativo e verdadeiramente apaixonante.