O catarinense Rafael Bridi, de 36 anos, é um dos maiores nomes do esporte brasileiro, mesmo que em uma prática ainda desconhecida por muitos. Atleta profissional de highline — modalidade do slackline praticada nas alturas — Bridi revelou ao NSC Total que pretende escrever o nome no Guinness Book pela terceira vez ainda neste ano, superando a recente quebra de recorde de altura feita em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, a mais de 2.300 metros do chão.

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A marca foi alcançada pelo atleta estadunidense Davis Hermes, de 23 anos, no dia 4 de agosto. Bridi, inclusive, estava na equipe que prestou apoio para a travessia do colega.

— Como eu tenho bastante conhecimento com o projeto do balão, já tinha realizado quatro ou cinco vezes, a gente fez dessa vez para também quebrar o recorde, mas com muito mais foco nele. Este foi só um aquecimento do que está por vir — destacou o atleta, que possui duas conquistas no livro dos recordes. Um deles é o de maior altura em uma fita de slackline (o recorde de Hermes ainda não foi registrado oficialmente) e maior travessia em um vulcão ativo, quando andou sobre sobre as chamas do Monte Yasur, na ilha de Tanna, em Vanuatu (veja mais abaixo).

No entanto, dessa vez, Bridi pretende aumentar consideravelmente a altura da travessia, para ao menos o dobro da feita em Praia Grande em agosto, o que leva o desafio a mais de 4.000 metros de altura.

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— Vou fazer um projeto muito brevemente para quebrar esse recorde novamente, estou nesse foco. E aí isso vai acontecer aqui (em Praia Grande) ou na Arábia Saudita — destacou o catarinense, que possui mais de 600 travessias de highline diferentes pelo mundo, sendo 150 delas acima de 100 metros de altura.

O critério em comum entre os dois possíveis destinos para o novo recorde são as ótimas condições de voos de balão, segundo o atleta.

— Na Arábia Saudita é uma oportunidade que está sendo criada junto ao Ministério do Turismo para promover ainda mais a região. No mesmo estilo e estratégia que usamos com o recorde que foi quebrado em Praia Grande alguns anos atrás — conta.

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O entusiasta do slackline, também um dos sócios da Natural Extremo, empresa de aventuras radicais com sede em Urubici, na Serra de Santa Catarina, empilha grandes conquistas no esporte. Praticante do highline desde 2013, sendo um dos nomes de grande referência mundial, Bridi tem, além dos recordes citados, a marca de maior highline urbano das Américas. E não quer parar por aí.

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— Tem também outros recordes mundiais que eu estou no foco de bater, um em Florianópolis e outro na Bolívia. São projetos que estão para acontecer esse ano e início do ano que vem, para a gente colocar mais vezes Santa Catarina no Guinness Book — ressaltou.

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Acompanhe o perfil do Instagram de Rafael Bridi para ver imagens das travessias impressionantes que o atleta faz e as novidades no mundo do highline que estão por vir.

Confira imagens do atleta em Praia Grande, em 2019

Rafael Bridi até aqui

Entre inúmeras quebras de recordes mundiais e travessias de tirar o fôlego, seja em Santa Catarina ou ao redor do globo, em países como China, Polônia, Suíça, Itália, Alemanha, Estados Unidos e outros, Bridi se consolidou no cenário do highline ao longo de sua trajetória ligada ao turismo e aos esportes radicais.

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Festival internacional de Highline transforma Florianópolis em capital do esporte durante quatro dias

Nascido em Florianópolis, onde mora até hoje, o atleta começou a praticar slackline em 2010 e partiu para o highline três anos depois. Em 2015, criou e produziu o primeiro Festival de Highline no Brasil, o Gravatation, que aconteceu na praia da Lagoinha do Leste, na Capital de Santa Catarina. O evento teve grande aceitação e reconhecimento da mídia mundial, ajudando a popularizar e desenvolver o esporte.

Um dos fundadores da Federação Internacional de Slackline (ISA), onde ocupa hoje o cargo de diretor e representante geral dos atletas profissionais, Bridi tem travessias impressionantes de highline em locais icônicos de Santa Catarina e do mundo.

Em 2020, meses antes da pandemia de covid-19, o catarinense bateu o recorde-sul americano de highline urbano, aquele que acontece no meio da cidade, ao atravessar o vão de 340 metros de distância da ponte Hercílio Luz, cartão-postal de Florianópolis. Foi a primeira vez no mundo que uma ponte pênsil teve uma fita atravessando suas estruturas.

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Vídeo: catarinense bate recorde de highline ao cruzar a ponte Hercílio Luz

Entre séries para o Canal OFF, participações em campeonatos mundiais – especialmente na modalidade speedline, que mede o atleta mais rápido -, travessias entre balões, cânions, vulcões ativos, pontes, prédios e parcerias com atletas e marcas de renome internacional, Bridi encontrou nos esportes de aventura seu grande propósito de vida.

— Juntar o esporte com a arte é uma experiência maravilhosa que estou vivendo. Equilibrar-se é uma bela metáfora do viver, alcançar objetivos e concretizar sonhos.

Maior highline urbano das Américas

Em travessia feita em comemoração ao aniversário de 469 anos de São Paulo, em janeiro deste ano, Bridi bateu o próprio recorde obtido na ponte Hercílio Luz e completou novamente o maior highline urbano das Américas, ao desfilar sobre 510 metros de distância no Vale do Anhangabaú, a 114 metros de altura.

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Confira os registros do momento:

Travessia em vulcão ativo na Oceania

Em um dos feitos que acabou indo para o livro dos recordes, Bridi atravessou uma fita de highline em um dos maiores vulcões ativos do mundo, localizado em meio às selvas de Vanuatu, na Oceania.

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Catarinense Rafael Bridi quebra recorde do Guiness ao atravessar cratera de vulcão ativo

O desafio do “lavaline” aconteceu em abril de 2020, a 261 metros de altura e a 42 metros acima da cratera do vulcão. O feito foi conquistado juntamente com o atleta alemão Alexander Schulz, em uma temperatura extremamente alta e somado ao ácido sulfúrico expelido monte, que ameaçava danificar o material da fita de slackline e ferir os atletas.

Recorde em Praia Grande

Antes do feito de Hermes, semanas atrás, o recorde de highline mais alto do mundo pertencia a Bridi. Também em Praia Grande, considerada a capital dos cânions no Brasil, o atleta literalmente andou sobre as nuvens e atravessou 18 metros entre dois balões de ar quente, em 2021, a mais de 1.900 metros de altura. A altitude é mais que o dobro do tamanho do Burj Khalifa, edifício mais alto do mundo.

O recorde no slackline que vai alavancar o turismo no extremo Sul catarinense

Além de reportagem em mais de 180 países, a conquista se transformou no curta-metragem Walking on Clouds, finalista do Banff Mountain Film Festival 2022, o maior evento internacional de filmes de montanhismo e esportes radicais, realizado em outubro do ano passado, no Canadá.

O filme, dirigido pelo paranaense Renan Kamizi, teve prestígio internacional e inúmeras premiações, sendo traduzido em inglês, alemão, francês, japonês e português.

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Catarinense é finalista no maior festival de filmes de esportes radicais do mundo

Confira o trailer do curta Walking on Clouds

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