O presidente cubano, Raúl Castro, acusou ontem “pequenos grupos” opositores de quererem provocar em Cuba o mesmo que ocorreu na Líbia e que está ocorrendo na Síria. Castro disse isso ao comemorar o 59º aniversário da invasão ao Quartel Moncada, em um ato na cidade de Guantánamo (leste), perto da base militar americana. Na comemoração da primeira ação armada revolucionária, o presidente cubano convocou Washington a um diálogo “em igualdade de condições”, um dia depois de os Estados Unidos terem exigido uma investigação “a fundo e transparente” a respeito da morte do opositor Oswaldo Payá em um acidente de carro no domingo passado.

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O governante comunista criticou “alguns pequenos grupos” opositores que esperam que “ocorra aqui algum dia o (que aconteceu) na Líbia” ou “o que pretendem fazer como na Síria”, em alusão às rebeliões e intervenções nesses países.

Raúl, porém, não fez referência à morte do proeminente opositor Payá, que faleceu depois que o carro em que viajava bateu em uma árvore, segundo a versão oficial, que tem sido questionada por dois de seus filhos.

Em um improviso incomum, Castro reiterou uma proposta de diálogo com os Estados Unidos:

– O dia em que quiserem, a mesa está pronta, já foi dito a eles pelos meios diplomáticos. Vamos discutir as desavenças, vamos discutir tudo de Cuba, mas em igualdade de condições. Mas vamos discutir também os temas dos Estados Unidos.

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Washington havia exigiu, na quarta-feira, uma investigação “a fundo e transparente” da morte de Payá, que morreu no acidente ocorrido em uma estrada próxima a Bayamo (744 km a sudeste de Havana), segundo a versão oficial – mas seus filhos afirmam que o carro foi tirado da estrada por outro veículo e levantam a possibilidade de um atentado.