Sobram elogios quando o assunto é o óleo de castanha-do-pará. Cada vez mais procurado pelos seus efeitos na pele, na alimentação e no bem que faz para a saúde, o óleo, tipicamente brasileiro, acaba de ganhar mais um atributo: o de ser útil também para os dentes, ajudando na prevenção contra as doenças periodontais, como as cáries. A conclusão veio da PUC Minas, que publicou uma dissertação sobre os efeitos da adição da substância, comprovada em testes clínicos.
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Cada vez mais usados na medicina, na cosmética e na indústria de alimentos, os óleos essenciais – líquidos gordurosos que não se misturam com a água e são obtidos de fonte mineral e vegetal – passaram a ganhar força no tratamento dentário. Por seus poderes de criar uma camada protetora nos dentes, protegendo-os de muitas doenças bucais, dão mais efetividade à higiene bucal.
– Em algumas regiões, a população carente tem acesso à castanha in natura e vai ao dentista dificilmente. Resolvi então fazer a pesquisa com óleo de castanha-do-pará. Se já há tantos óleos internacionais sendo usados, por que não um brasileiro? – questiona a autora da dissertação, Cíntia Filogônio.
A observação para a possível melhora na boca estava na diminuição do acúmulo de bactérias sobre a superfície do dente, as conhecidas placas bacterianas, fator determinante para a cárie.
– Em geral, esse acúmulo se dá onde a escovação não é bem feita. Há evidências suficientes de que a escovação dentária exerce efeito benéfico na prevenção de doenças bucais, mas a alta prevalência na população de cáries indica que a maioria das pessoas não consegue remover as bactérias suficientemente – acrescenta Cíntia, apontando que os óleos essenciais servirão como um auxílio a mais para a prevenção dos males da boca, “não devendo ser substituídos pela escovação”.
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Um problema de saúde mundial
:: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cárie afeta de 60% a 90% de crianças em idade escolar e a maioria dos adultos do mundo. De acordo com pesquisadora, embora muitos agentes antimicrobianos possam parecer apropriados para o controle do biofilme, poucos têm demonstrado eficácia clínica.
:: Enxaguatórios, dentifrícios e outras soluções tópicas são veículos apropriados, mas, quando o enxaguatório ou gel é usado em conjunto com a escovação regular, usando-se dentifrício com flúor, por exemplo, o custo da associação é mais elevado do que o equivalente à formulação de um antibiofilme para a obtenção do mesmo benefício.