Pouco mais de cinco meses foram suficientes para que o goleiro Cássio, 25 anos, cativasse a apaixonada torcida do Corinthians e a confiança do técnico Tite.

Continua depois da publicidade

Um dos responsáveis pela menos vazada defesa da história da Libertadores, o gaúcho de Veranópolis tem a segurança e a tranquilidade que o time precisa para superar o Boca Juniors, às 21h50min de quarta-feira, no Pacaembu.

A equipe paulista pode conquistar um dos títulos mais importantes dos seus 101 anos de existência, e Cássio, que assumiu a titularidade na primeira partida das oitavas de final diante do Emelec, no início de maio, pretende entrar para a história do Corinthians. É o que revela o atleta em entrevista por telefone a Zero Hora.

Do alto de seu 1m95cm e 98 quilos, o jogador se diz preparado para uma eventual decisão por pênaltis, embora acredite que a partida vá se definir durante os 90 minutos.

Dono de uma frieza adquirida enquanto esteve no PSV, da Holanda, nada tira a paz do goleiro, nem mesmo a proximidade com a grande final. Segundo o atleta, seus familiares, que deixaram o Rio Grande do Sul em peso para ver o jogo, estão mais ansiosos que ele.

Continua depois da publicidade

Além da namorada Patrícia Carvalho, que é de São Paulo, estarão presentes no Pacaembu a mãe, dona Maria, e vários tios, todos do interior gaúcho. E por incrível que pareça, Cássio também conta com a torcida do Grêmio, clube que o revelou como profissional em 2006.

Conforme o goleiro, inúmeras são as mensagens de apoio enviadas por tricolores. E se tudo der certo, e o Corinthians conquistar a Libertadores, Cássio promete: virá comemorar o título no Rio Grande do Sul tomando um bom chimarrão. Confira a entrevista.

Zero Hora – Como está o clima do grupo para a decisão?

Cássio – Tem uma pressão muito grande por estarmos num momento histórico do Corinthians, que nunca esteve numa final de Libertadores. Estamos muito concentrados.

ZH – E a possibilidade do título ser disputado nos pênaltis?

Cássio – Estou preparado. O meu estilo é tentar esperar o máximo possível a decisão do jogador. Muitos jogadores esperam o goleiro se deslocar e chutam em outro canto. Isso pode me ajudar. Mas pênalti é loteria, e espero que, no tempo normal, a gente consiga ganhar do Boca.

Continua depois da publicidade

ZH – O Boca costuma ir bem fora de casa. Estão preparados?

Cássio – Sim, tem essa característica. A gente sabe do poder do Boca, embora eles sempre tenham tido tranquilidade de jogar fora, com o resultado nas mãos. Agora é um jogo aberto, nada definido, e quem tiver mais calma vai sair vitorioso.

ZH – Como foi a conquista da titularidade?

Cássio – Acho que ganhei a posição nos treinamentos. O Júlio César não foi bem no Paulistão, o time foi eliminado, e o Tite optou por tirá-lo. Acabei ganhando a chance e aproveitando.

ZH – Em pouco tempo, você conquistou a torcida do Corinthians.

Cássio – Eles são bem fanáticos, apaixonados. É uma coisa nova pra mim, não se vê vaias nos jogos. É uma torcida que empurra o time e está fazendo a diferença.

ZH – Como é trabalhar com o técnico Tite?

Cássio – É um cara coerente, muito focado no trabalho dele, tem total respeito dos jogadores, o que gera um ambiente muito bom no Corinthians.

Continua depois da publicidade

ZH – Como foi a transferência para o Corinthians?

Cássio – Eu não vinha jogando no PSV, não tinha oportunidade. Fiquei quatro anos na Holanda e quando apareceu essa oportunidade de voltar ao Brasil, pressionei a direção, disse que queria vir embora. A gente acabou entrando num acordo, eles me liberaram e vim em definitivo para o Corinthians. Assinei por quatro anos.

ZH – E o Grêmio, clube que lhe formou. Alguma recordação?

Cássio – Do Grêmio, só me lembro de coisas boas. Eu fiquei sete anos lá (de 2000 a 2007). O bom é que mantenho amigos, como o Marcelo Grohe.

ZH – Ele assumiu a titularidade agora. Algum conselho?

Cássio – Ele tem que fazer o que sempre fez, né? É um cara que trabalha muito e que merece. Acredito que ele vai se firmar no Grêmio e fazer um grande Campeonato Brasileiro nesta temporada.