O Brasil já registra 813 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo o Ministério da Saúde. O número representa aumento de 33% em comparação com a última sexta-feira (22), quando havia 607 diagnósticos confirmados em todo o país.

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O país já estava registrando um aumento considerável de casos positivos para a doença. Em 9 de julho, havia 218 pacientes no Brasil com a doença. Com os dados mais recentes, os diagnósticos mais que triplicaram em um intervalo de pouco mais de duas semanas.

A maior parte dos casos está no estado de São Paulo. Na segunda (25), a Secretaria da Saúde paulista disse que o estado já registrou 590 diagnósticos da doença, sendo que 486 deles são na capital do estado. Por outro lado, o Ministério da Saúde afirmou que são 595 pacientes com varíola dos macacos na unidade de Federação.

Além de São Paulo, outros 13 estados já têm casos da doença. O Rio de Janeiro é o segundo com maior contingente, com 109 casos.

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A situação do país acende um alerta. A líder técnica para varíola dos macacos da OMS (Organização Mundial da Saúde), Rosamund Lewis, disse nesta terça-feira (26) que a situação do Brasil preocupa e chamou atenção para problemas de testagem que podem afetar o país. 

— É muito preocupante para países como o Brasil […] reportando um número significativo de casos — afirmou.

A organização declarou no último sábado (23) que a doença é considerada como emergência pública de preocupação global.

— Nós acreditamos ser o momento deste anúncio, considerando que, dia após dia, mais países e pessoas têm sido afetados pela doença. Precisamos de coordenação e solidariedade para controlar esse surto — disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

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Sobre a doença

A varíola dos macacos é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero orthopoxvirus. Outro patógeno que também é desse gênero é o que acarreta a varíola comum, doença erradicada em 1980.

Os principais sintomas da doença são febre, mal-estar e dores no corpo. Depois, o quadro evolui para o surgimento de lesões na pele, sendo o contato com essas feridas a principal forma de transmissão do vírus.

No entanto, pesquisas já reportam que alguns pacientes desenvolvem essas lesões nas regiões genitais, anais ou orais. A hipótese é que isso aconteça porque a disseminação da doença está ocorrendo principalmente por contato sexual e na comunidade de homens que fazem sexo com outros homens. 

A OMS, por exemplo, já indicou que cerca de 90% dos diagnósticos se concentram nessa população. Um receio é que este cenário cause estigma a esses homens. 

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— Estigma e discriminação podem ser mais perigosos que qualquer vírus — afirmou Adhanom.

A vacinação de populações chaves e pessoas que tiveram contato com pacientes é uma forma eficaz de evitar a transmissão, mas a expectativa é de que a vacina demore para chegar ao Brasil.

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