A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou na segunda-feira (14) a infecção de três pessoas pelo “superfungo” Candida auris, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Outros 22 casos estão sendo investigados na unidade. A doença, de difícil diagnóstico, pode ser fatal e tem alta transmissibilidade. Com informações do g1

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Segundo o governo de Minas Gerais, dos três infectados, dois já receberam alta nos dias 20 de setembro e 2 de outubro, enquanto o terceiro segue internado. Os 22 pacientes monitorados aguardam resultados de exames e estão assintomáticos.

A infecção foi identificada pela primeira vez em um ouvido de uma mulher japonesa em 2009. Ela é resistente a praticamente todos os medicamentos existentes e, por isso, passou a ser classificada como um “superfungo”.

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No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada sobre o possível primeiro caso positivo de Candida auris em dezembro de 2020, em um paciente internado na Bahia. O “superfungo” foi identificado após análises laboratoriais. Desde então, o país registrou diversos surtos.

Ameaça à saúde pública 

Após o primeiro caso no Brasil, a Anvisa emitiu um alerta para notificar que a doença representa uma “séria ameaça à saúde pública”. Segundo o órgão, o fungo apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas de Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos. 

Além disso, a enfermidade pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes com comorbidades. A identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, já que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de levedura. 

Outros motivos são: 

  • O superfungo pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes.
  • A doença é propensa a causar surtos devido à dificuldade de identificação por métodos laboratoriais rotineiros e de eliminação do ambiente contaminado.

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Principais sintomas e fatores de risco

Não há um conjunto de sintomas específicos causados por Candida auris, informou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, O superfungo pode provocar infecção em diferentes partes do corpo, como sangue e ouvidos. Os sintomas dependem da localização e da gravidade, e podem incluir febre e calafrios.

Os fatores de risco para Candida auris incluem internação em unidades de terapia intensiva, hospitalização prolongada ou em instituições de longa permanência, uso de cateter venoso central e outros dispositivos invasivos, tratamento prévio com antifúngicos, cirurgia recente, imunossupressão e diabetes.

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