Subiu para três o número de cidades de Santa Catarina que confirmaram casos da Febre do Oropouche, a “doença do maruim”. Todas estão no Vale do Itajaí: Botuverá, Brusque e Luiz Alves. Esta última chegou a decretar situação de emergência neste ano por conta da infestação do mosquito, que é o principal vetor da doença. Os exames foram validados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do governo do Estado.

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Até o momento são 10 pessoas infectadas. Metade delas em Botuverá, quatro em Brusque e uma em Luiz Alves. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, ações serão desenvolvidas nesses locais para sistematizar informações importantes dos casos suspeitos e confirmados, como deslocamentos dos moradores, sintomas e quadro clínico.

Estão previstos também a coleta de mosquitos para estudo e encaminhamento de amostras de outros pacientes para testagem no Lacen, com o objetivo de monitorar mais de perto a doença, que tem sintomas parecidos com a dengue e chikungunya. Entre eles estão a dor de cabeça, muscular, nas articulações, náusea e diarreia.

Todos os infectados passam bem. Não há um registro da quantidade de casos suspeitos porque, explicou a secretaria, toda vez que um exame da dengue dá negativo, o laboratório testa para Febre do Oropouche.

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Até mês passado não havia registros de infectados pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense no Estado. Porém, no Norte do Brasil, a doença é conhecida. Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento expressivo de Febre do Oropouche na região em relação a 2023.

Santa Catarina já tem casos autóctones, ou seja, que foram contraídos dentro do Estado, não durante alguma viagem do paciente.

O que é a febre do Oropouche

A doença viral foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça recolhida durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, especialmente nos estados da região amazônica.

Por não existir um tratamento específico, os cuidados são para minimizar os sintomas. Assim como na dengue, muita hidratação e repouso são recomendados.

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O principal vetor, ou seja, quem transmite, é o maruim. Ele está geralmente associado a regiões com maior umidade e presença de matéria orgânica. Depois de se alimentar do sangue de uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no mosquito por alguns dias. Quando ele pica outra pessoa novamente, pode transmitir o vírus para ela.

Há registro, porém, de outros mosquitos transmissores nas áreas urbanas, como o Aedes serratus e Culex quinquefasciatus (pernilongo). Entre as características do vírus está o alto potencial de disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias. Tal como na dengue, é a fêmea a responsável por transmitir o Orthobunyavirus através da picada.

O período de incubação do vírus em humanos pode variar entre três e oito dias após a infecção pela picada. Os sintomas duram de dois dias a uma semana, com evolução sem sequelas, diz o governo federal.

Como prevenir

De modo geral, o maruim é atraído por umidade, sombra e matéria orgânica. Por isso é importante manter terrenos livres de mato acumulado. Além disso, o uso de repelentes e roupas compridas pode ajudar a evitar as picadas.

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