Acometida por um surto de diarreia desde o início da temporada de verão, Florianópolis apresentou pela primeira vez uma redução dos casos. O número de atendimentos nas duas principais Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da Capital — que já vinha em queda, mas ainda com números altos — apresentou uma redução de 83% em relação ao balanço da semana passada.
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Na pior semana de 2023, as UPAs do Norte, localizada me Canasvieiras, e do sul, na praia do Campeche, somaram 1.356 atendimentos de casos de diarreia em uma semana. No dia 29, o número havia caído para 916 atendimentos. No último balanço, do dia 5 de fevereiro, o número caiu para 153 atendimentos. O número de total de casos notificados chegou a 5.895 na cidade. A velocidade e proporção do surto no litoral catarinense foi noticiado até na Argentina, de onde vem grande parte dos turistas de verão.
Em 25 de janeiro, o jornal La Nacion noticiou a proliferação de casos não apenas em Florianópolis, mas em outros destinos turísticos como Balneário Camboriú, Bombinhas, Itapema, Piçarras e Porto Belo.
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A queda em algumas semanas já era esperada pelas autoridades em Saúde após a conclusão, divulgada em 23 de janeiro, de que o principal agente causador da epidemia na cidade era o norovírus, presente em mais da 60% das amostras coletadas para exames.
Comum em situações que reúnem pessoas em situações de convivência muito próxima — como casas de veraneio compartilhadas, excursões, cruzeiros, aquartelamentos e afins —, o vírus é transmitido da forma “fecal-oral”. Ou seja, sai de um organismo pelas fezes e ingressa em outro pela boca.
Por isso, as principais formas de prevenção são lavar bem as mãos após ir ao banheiro e evitar consumir água de procedência duvidosa. Após a conclusão de que se tratava de um surto de norovírus, a secretaria de Saúde da capital divulgou uma cartilha de recomendações.
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Conforme Eduardo Sprinz, infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, as mesmas características que fazem o vírus se espalhar muito rapidamente e atingir muitas pessoas dificultam que ele permaneça por muito tempo prejudicando uma mesma população.
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Como as pessoas contaminadas pelo norovírus ficam imunes a novas infecções por até seis meses, o surto em um mesmo grupo costuma se encerrar com a mesma velocidade com que se dissemina. A ressalva, nos casos de cidades de veraneio, é a alta rotatividade dos turistas, o que pode dar início a novos ciclos do vírus. De modo que é recomendável se manter atento às medidas de prevenção.
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Veja dicas de prevenção contra diarreia no litoral
- Lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica;
- Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura;
- Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas;
- Avaliar se os alimentos foram bem cozidos, fritos ou assados;
- Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada;
- Evitar o consumo de alimentos vendidos por ambulantes não credenciados;
- Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade, e a embalagem deve estar íntegra;
- Não se banhar ou frequentar a areia em praias consideradas impróprias para o banho;
- Não se banhar ou frequentar a areia em regiões próximas a saídas de rios ou córregos;
- Não consumir água do mar, com redobrada atenção com as crianças e idosos, que são mais sensíveis e menos imunes do que os adultos;
- Usar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manipular resíduos sólidos e higienizar banheiros públicos;
- Seguir as boas práticas de manipulação de alimentos.
Vídeo explica o que é o norovírus
*Reportagem de Caue Fonseca