Os casos de dengue confirmados em Itajaí e o tempo propício para a proliferação do Aedes aegypti – mosquito transmissor da doença – preocupam autoridades da região. Como há ônibus que ligam a cidade portuária aos municípios vizinhos diariamente, aumenta a possibilidade do inseto chegar a outras regiões, já que muitas vezes é transportado nos veículos.

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Entre quatro municípios do Vale do Itajaí consultados pelo Santa, Blumenau registrou quatro focos (larvas) do mosquito neste ano e Brusque identificou o primeiro sexta-feira. Ilhota, que faz limite com Itajaí, e a vizinha Gaspar não registraram nenhum foco. Apesar de considerar a situação dentro da normalidade, a gerente de combate à dengue de Blumenau, Eleandra de Fátima Casani, explica que nas áreas onde foram encontrados focos o trabalho está sendo intensificado, com a ampliação da área a ser pulverizada. Ela reforça que as ações da equipe são constantes e destaca que o apoio da comunidade é fundamental para impedir que o problema se alastre.

Todas as 1050 armadilhas instaladas no município são vistoriadas semanalmente e os pontos estratégicos – como ferros-velhos, borracharias e cemitérios – quinzenalmente. No caso da larva ser encontrada, a zona começa a ser acompanhada em um raio de 300 metros.

– É um trabalho de formiguinha, mas até agora estamos conseguindo alcançar nossos objetivos. Por isso, a ajuda da população é muito importante – reforça.

Gaspar vai visitar nos próximo dias 20% dos imóveis da cidade

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Em Brusque, a equipe formada por sete agentes divide-se em diferentes frentes de trabalho. Alguns visitam as armadilhas e pontos estratégicos enquanto outros trabalham com desinfecção e orientação à comunidade. A coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde de Brusque, Fernanda Lippert, explica que a primeira atitude do poder público municipal foi reforçar a divulgação e conscientização.

– No primeiro momento fizemos a divulgação e chamamos a população para nos ajudar. Pedimos que denunciem, pois a responsabilidade é de todos – avalia.

Assim que um hospital identifica um suspeito de dengue no município, abre-se um raio de 50 metros a partir do local onde a pessoa reside e a Secretaria de Saúde não aguarda a confirmação da doença para agir. Verifica se ele viajou nos últimos dias e detalhes sobre a situação.

Em razão do surto em Itajaí, Gaspar vai visitar nos próximo dias 20% dos imóveis da cidade, o que gerará dados para um Levantamento de Índice Rápido (Lira). Com população de mais de 13 mil habitantes, Ilhota é a cidade da região que possui a menor estrutura de combate à dengue. Apenas um servidor público monitora 35 armadilhas espalhadas pela cidade.

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O secretário de Saúde, Amarildo Laureano, afirma que acompanha a situação do município vizinho, mas ainda não tomou nenhuma atitude em função da ausência de focos na cidade. De acordo com ele, visitas em escolas para a conscientização dos alunos estão previstas para este ano.