Emergências lotadas, horas de espera e demora nos atendimentos. Esta tem sido a realidade dos hospitais catarinenses nas últimas semanas e que culminou em um decreto de emergência em saúde, formalizado pelo governo do Estado. Uma cena que tem se repetido em todas as regiões e que, segundo especialistas, tem sido causada principalmente por duas doenças: dengue e gripe. Para eles, cuidados como a etiqueta da tosse e a busca pelas unidades básicas de saúde antes das emergências podem ser ferramentas para conter o aumento na demanda.

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Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES), hospitais de todas as regiões do Estado tem registrado aumento no atendimento. Os casos mais comuns são relacionados à dengue e às doenças respiratórias.

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Para a médica infectologista Sabrina Sabino, o crescimento está relacionado a dois fatores: a falta de vacinação contra o vírus Influenza e o boom que o Estado vive de casos de dengue — até 18 de março, 3.044 foram confirmados, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

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— O aumento no número de casos de dengue já é o suficiente [para aumentar a demanda]. Já os casos gripais, o motivo é porque as pessoas não se vacinaram contra a influenza no último ano, que faz que tenha aumento nos casos de doenças respiratórias, tanto em adultos quanto em crianças — explica.

Ainda segundo a pasta, dos atendimentos, 50% são de pacientes classificados como de baixa prioridade. Ou seja, aqueles que não necessitam de urgência. Uma demanda que pode ser suprida por meio das unidades de saúde, salienta Sabino.

— O que tem acontecido é que as pessoas procuram primeiro o atendimento hospitalar, sendo que é a unidade básica que faz essa primeira triagem. Então, em caso de febre, dor atrás dos olhos e os sintomas gripais, a recomendação é ir na unidade básica, que avaliará se será necessário o atendimento hospitalar — diz.

Cenário preocupa para os próximos meses

O aumento também traz outro alerta: a época do ano. Isto porque a circulação dos vírus, que causam as doenças respiratórias, tem ocorrido ainda no verão, quando a tendência é de que eles surjam nas épocas mais frias.

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— É sabido que estes vírus tendem a circular mais nos meses de inverno. Então há sim uma preocupação que a procura por atendimento médico (e consequentemente internações hospitalares) aumente nos próximos meses — pontua a médica infectologista Carolina Ponzi.

O mesmo cenário é visto pela médica Sabrina Sabino. Por isso, ela salienta a importância de manter alguns cuidados, além da vacinação contra a influenza.

— Em quadros respiratórios é importante a vacinação e ponto final. Isso não se discute. Nós temos uma doença que é facilmente previnível e evitável com a vacina. Além disso, continuar com a etiqueta respiratório. Não é feio sair de máscara se tiver sintoma gripal. A lavagem e higiene das mãos também é importante — complementa.

Governo anuncia investimentos na rede pública

Para tentar conter os números, o Estado anunciou algumas medidas nos últimos dias. Entre elas está o repasse de R$ 10 milhões para os municípios para a ampliação dos horários de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

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Já na área do atendimento infantil, a SES informou que renovou o contrato com sete unidades hospitalares, além de anunciar a abertura de mais 10 leitos de UTI Neonatal no Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, e a ampliação no quadro de pediatras do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG).

Por fim, a pasta orienta que, nos casos de menor gravidade, os pacientes procurem as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades de Pronto Atendimento, para que, assim, as filas nas emergências dos hospitais diminuam.

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