O número de casos de dengue em Santa Catarina aumentou nas cinco primeiras semanas de 2020. O Estado registrou 35 casos confirmados da doença nesse período, um número 133% maior do que os 15 casos contabilizados no mesmo intervalo do ano passado.
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A grande maioria dos casos foi contraída em outros Estados, como Paraná e São Paulo, onde há um alto nível de áreas infestadas – são os chamados casos importados, que somaram 31 pacientes. O primeiro caso autóctone, contraído dentro do Estado, foi confirmado na semana passada, em Joinville. Outros dois ainda estão em investigação para descobrir onde foram contraídos e um teve local de infecção indeterminado.
Os dados fazem parte do boletim divulgado nesta sexta-feira pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive-SC) e contabilizam as cinco primeiras do ano – até 1º de fevereiro. Nesta sexta-feira, um segundo caso autóctone em Joinville, irmão da garota de 9 anos diagnosticada com a doença, foi confirmado.
Em todo o ano passado, SC registrou 1,9 mil casos confirmados da doença. Além disso, os casos notificados da doença – quando o paciente relata sintomas que podem ser de dengue, mas ainda não há resultado de exame confirmando o diagnóstico – também aumentaram nas cinco primeiras semanas de 2020.
A proporção, no entanto, foi bem menor do que os casos confirmados. Foram 335 notificações neste ano, contra 308 em 2019, o que representa uma alta de 9%. Desse total, 162 ainda estão em investigação para confirmar ou descartar a doença.
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Antes da hora
A bióloga da Secretaria de Estado da Saúde, Tharine Dal-Cim, alega que a dengue tem intervalos de maior transmissão entre dois e três anos, e que o ano de 2019 já havia contabilizado aumento em relação aos dois anos anteriores, o que já sugeria uma possibilidade de mais casos em 2020.
– Viemos de um ano com muitos focos, tivemos um verão quente, com aumento de chuvas, o que propicia uma maior proliferação do mosquito. Esperávamos que fosse um pouco mais tarde, em março, mas esse aumento de casos era esperado – aponta, lembrando que no ano passado a maior parte dos casos se concentrou entre os meses de março e maio.
Em tempos de coronavírus, que tem despertado preocupação da população por conta da epidemia na China e da possível chegada do vírus ao Brasil, o aumento de casos de dengue reforça a necessidade de atenção também aos cuidados para doenças que já circulam no país.
A bióloga da Secretaria da Saúde reforça que com o aumento das chuvas, como as que atingiram o Estado esta semana, cuidados como eliminar recipientes e pontos de água parada que possam servir para a proliferação do mosquito tornam-se ainda mais importantes para conter o avanço da doença.
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Focos aumentam, zika e chikungunya têm queda
O número de focos do mosquito Aedes aegypti também aumentou no Estado neste início de ano, o que representa mais um componente para atenção no combate à dengue.
Nas cinco primeiras semanas do ano, foram 4,6 mil focos do mosquito encontrados em 132 cidades de SC. O número é 48% maior do que os 3,1 mil casos de focos do Aedes localizados no início de 2019.
Se a dengue tem aumento de casos, a boa notícia para o Estado é a diminuição de casos como zika vírus e chikungunya.
No caso da febre chikungunya, o Estado ainda não teve nenhum caso registrado da doença este ano. Nas mesmas cinco semanas de 2019, havia apenas um caso em SC. Os casos notificados da doença, ainda pendentes de exame, somam 39 até o momento, 40% menos do que as 65 notificações do início de 2019 no Estado.
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Em relação ao zika vírus, houve seis casos notificados, quatro deles já descartados e dois ainda sob suspeita – nenhuma confirmação. No ano passado, a essa altura do ano, havia cinco casos notificados.