Santa Catarina tem vivido um momento crítico nas últimas semanas, principalmente com a lotação dos hospitais. O principal motivo é a procura por atendimento devido a doenças respiratórias, como a Covid-19 e a Influenza. Por conta disso, um acessório que foi comum no dia a dia dos catarinenses por dois anos voltou a ser discutido: as máscaras.
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O assunto da volta da obrigatoriedade do equipamento para conter o avanço das doenças voltou à tona nesta semana. Em São Paulo, por exemplo, o governo estadual recomendou o uso de máscara na terça-feira (31) em meio à alta de casos, principalmente em ambientes fechados.
Já em Florianópolis, o uso do equipamento deve continuar sendo opcional, apesar do pedido do secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Justo, o Dr. Paraná, para que as máscaras voltassem a ser obrigatórias nas escolas.
Em nível estadual, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que, no momento, não há discussões a respeito da volta da obrigação das máscaras, mas que a recomendação para o uso em ambientes fechados segue valendo. A máscara não é mais obrigatória em Santa Catarina desde 12 de março.
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Especialistas, no entanto, defendem que a volta do uso de máscaras deveria ser considerada, principalmente por conta do frio que, consequentemente, favorece a transmissão da doenças respiratórias.
— Nós estamos vivendo um momento em que estamos com o clima mais frio, o que favorece mais a transmissão, já que as pessoas tendem a se aglomerar, o que faz com que o risco [de contrair a doença ] seja um pouco maior — explica o médico infectologista e professor na Unisul Rogério Sobroza de Mello.
Mello reforça, ainda, que em algum lugares, como o transporte público, a obrigatoriedade seria essencial:
— Eu penso que a obrigatoriedade deveria valer, por exemplo, no transporte público, que as pessoas ficam um pouco mais aglomeradas. É preciso lembrar que ela não serve só para você se proteger, mas também [proteger] as outras pessoas.
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Máscara é forma de proteção, diz especialista
O médico infectologista e professor da Univille Tarcisio Crocomo também concorda que as pessoas deveriam usar máscaras, principalmente pelos resultados que o equipamento trouxe durante a pandemia.
— Com certeza o uso de máscaras deverá ser considerado pois já se mostrou com uma excelente forma de proteção e prevenção — diz.
Mas ele salienta sobre a importância de reforçar, não só o uso de máscaras, mas também outras medidas que ajudam a conter a circulação dos vírus respiratórios.
— As medidas para conter o aumento são vacinação, utilizar máscaras, principalmente em ambientes fechados, e higiene das mãos. Isso não é novidade, mas sem dúvida já é comprovadamente útil. Nunca é demais reforças essas recomendações — esclarece.
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Reforço na vacinação é estratégia para conter os casos
Como trouxe a colunista do NSC Total Dagmara Spautz, a principal estratégia do governo estadual para controlar o aumento na quantidade de contaminações e internações é o reforço da estratégia de vacinação, tanto da Covid-19 quanto da gripe.
Além disso, o Estado deve investir na regionalização das medidas sanitárias. Ou seja, a autonomia de definir sobre os regramentos ficará a cargos dos municípios.
Confira dicas de como se proteger
Uso de máscara: principalmente em ambientes fechados, como supermercados e transporte público, e em aglomerações
Vacinação em dia: é importante receber as vacinas contra a Covid-19, contra a Influenza e as demais vacinas do calendário de imunização, de acordo com as indicações específicas de cada paciente.
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Cuidados relacionados a sintomas respiratórios: é importante manter um cuidado ao se aproximar de pessoas com sintomas respiratórios e prestar atenção quando estiver doente. Usar máscara, fazer distanciamento social, lavar as mãos, usar álcool em gel e manter a chamada etiqueta respiratória é essencial. É preciso ter cuidado ao tossir, ao falar, principalmente em locais fechados, segundo a pneumologista.
Ambientes ventilados: é importante tentar manter a ventilação e evitar deixar o ambiente lacrado.
Hábitos saudáveis: ter uma boa alimentação, evitar trocas extremas de temperatura e se manter huidratado também ajudam na prevenção dessas doenças.
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