O número de turistas diagnosticados com o coronavírus em Santa Catarina mais do que dobrou desde o Natal. Do dia 24 de dezembro para esta segunda-feira (11), os casos ativos entre não residentes no Estado tiveram um salto de 142%, passando de 291 para 706 pacientes com a doença e, portanto, em condições de transmitir o vírus.
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Os dados foram levantados pela reportagem do Diário Catarinense com base nas informações oficiais divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Além do detalhamento dos casos ativos de Covid-19 por municípios em SC, o órgão contabiliza os exames positivos de pessoas que declararam morar em outros estados, mas receberam o diagnóstico em SC.
O aumento corresponde apenas a pacientes brasileiros que moram em outros estados, com nenhum estrangeiro na conta de casos ativos até o momento. Não é possível afirmar se são pessoas que se contaminaram em Santa Catarina ou se já chegaram ao Estado com o coronavírus.
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Conforme o balanço desta segunda (11), há 19,1 mil casos ativos de Covid-19 em SC. Os pacientes de outros estados representam quase 4% do total, uma fatia que é menor apenas do que os casos nas três maiores cidades catarinenses: Florianópolis, Joinville e Blumenau.
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Para o infectologista e coordenador do curso de Medicina da UFSC, Aroldo de Carvalho, o crescimento já pode ser um reflexo das festas de fim de ano e dos registros de aglomerações em Santa Catarina no período entre Natal e Ano-Novo. Na última semana, o total de casos ativos em SC passou de aproximadamente 15 mil para 19 mil.
— A média para a pessoa começar a apresentar sintomas é geralmente entre cinco e oito dias. Digamos que a pessoa se infectou 10 dias atrás, até sentir os sintomas e fazer um exame, tem esse tempo até aparecer na estatística — explica Carvalho.
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O médico aponta também que, geralmente, apenas na segunda semana de contaminação a pessoa passa a apresentar os sintomas mais graves da Covid-19. Por isso, o impacto das infecções aparece inicialmente nos números de casos ativos e confirmados, e depois conforme o agravamento e do perfil dos pacientes nas estatísticas de ocupação das UTIs e até mesmo de mortes.
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— É muito pouco provável que alguma pessoa comece com sintoma grave já no início do quadro. O agravamento vai acontecer na fase inflamatória da doença, geralmente na segunda semana — conclui Carvalho.
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