Foi marcado para novembro o júri popular do marido e cunhado de Vanisse Venturi, 39, que desapareceu em Agronômica, no Alto Vale, há mais de dois anos. Eles são acusados de feminicídio e ocultação de cadáver, já que o corpo da vítima nunca foi encontrado.
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O julgamento será no dia 17 de novembro, em Rio do Sul. Conforme informações do Tribunal de Justiça, o marido de Vanisse, Isonir Venturi, responde por homicídio qualificado por motivo torpe e feminicídio, além de ocultação de cadáver. Já Isael Venturi será julgado apenas pelo último delito, por ter ajudado o irmão a livrar-se do corpo.
Vanisse Venturi sumiu em julho de 2020 e depois de muito mistério o suspeito foi identificado. O caso tramita em sigilo, mas sabe-se que o Ministério Público apresentou a denúncia em agosto de 2021. À época, o advogado do esposo da vítima disse que não houve crime, justamente pelo corpo nunca ter sido encontrado.
Para o Ministério Público, porém, o marido matou a esposa porque não queria dividir os bens durante o divórcio. A investigação aponta que Vanisse foi morta depois das 18h de 22 de julho de 2020 no galpão da família, ao lado da casa onde o casal vivia com os dois filhos. O corpo teria sido ocultado pelo irmão de Isonir.
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As apurações dão conta de que o crime ocorreu momentos depois do homem receber uma mensagem da advogada de Vanisse. Um vizinho viu os dois indo para o galpão por volta das 18h e meia hora depois só o homem deixou o local. O tênis que a mulher teria usado quando ia ao galpão foi encontrado pela polícia na casa da família, conforme o Ministério Público.
A ocultação do cadáver
Conforme as investigações, o marido recebeu a visita do cunhado, irmão da vítima, por volta das 19h20min, e disse que a esposa não estava em casa. Depois, diferentemente da rotina da família, ainda preparou o jantar para os filhos, alegando que a mãe estava no quarto, com a porta chaveada, por causa de dor de cabeça.
Perto das 22h, sem saber que era observado pelo filho mais novo, de 12 anos, o homem pegou uma lanterna e saiu da casa. Em seguida, foi visto por um vizinho entrando novamente no galpão. O objetivo, de acordo com a denúncia do Ministério Público, seria preparar o corpo e deixá-lo acessível ao irmão, que se encarregaria de ocultá-lo na madrugada.
O cunhado de Vanisse chegou a ficar preso por 30 dias. Isael deixou a prisão em março deste ano e vai responder por ocultação de cadáver. Ele nega que tenha estado na casa naquela noite, mas o promotor afirma ter evidências concretas de que o homem estava na região. As mensagens trocadas entre ele e o irmão por aplicativo de mensagens foram todas apagadas antes da perícia da polícia.
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A Justiça autorizou a quebra do sigilo telemático, bancário e fiscal de Isonir, bem como medidas para assegurar uma possível indenização dos filhos em R$ 5 milhões pela perda da mãe.
Sentença de pronúncia
O juiz de Rio do Sul, Claudio Marcio Areco Junior, definiu no dia 28 de fevereiro que haverá júri popular dos irmãos. Isonir está preso desde o ano passado.
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