Começou às 14h desta quarta-feira a sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) que decidirá o futuro dos denunciados na Operação Fundo do Poço, entre eles o deputado estadual Romildo Titon (PMDB).

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O julgamento definirá se o TJ-SC aceitará ou não ou a denúncia do Ministério Público contra os denunciados. Se a denúncia for aceita, os denunciados viram réus numa ação penal. Em caso de rejeição da denúncia, o caso pode ser arquivado.

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Às 16h, o relator, desembargador José Trindade dos Santos, ainda seguia na leitura do seu voto. Ao final, será aberto para o voto dos demais desembargadores, que também deverão se manifestar no plenário. Em razão do grande número de páginas, o desembargador relator tem feito um resumo dos principais pontos do inquérito do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).

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Até agora, Trindade tem se posicionado no voto pela aceitação da denúncia por uma série de crimes contra os denunciados, como organização criminosa, corrupção e fraude em licitação. Descreve que “há conversas telefônicas, inúmeros indícios de que o grupo envolvido está envolvido em atividades ilícitas… usavam nas conversas meias palavras, aparelhos de terceiros, codinomes, faziam mudanças de números”.

Segundo Trindade, entre os delitos estão superfaturamento de obras e combinações de resultados ligados a concorrências públicas para construção de poços artesianos pelo Estado. “O que vale é a politicagem… deve abrir as portas da esperança”, foram algumas das frases lidas pelo desembargador relator sobre alguns diálogos interceptados pelo Gaeco dos investigados.

O desembargador afirmou que o grupo empresarial contava com o poder e a influência do deputado Titon para levar vantagem. Titon nega os crimes e está licenciado da Assembleia Legislativa.

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O advogado de defesa de Titon, Cláudio Gastão da Rosa Filho, assiste à sessão na plateia. Ele questiona principalmente a legalidade das escutas telefônicas.

A defesa diz que peritos independentes contratados encontraram evidências de adulteração de parte das conversas telefônicas gravadas durante a investigação.

Essa conclusão, segundo a defesa, é baseada na análise do conteúdo de três DVDs fornecidos pelo Ministério Público com dados do sistema Guardião e haveria alertas emitidos pelo aplicativo do sistema que confirmariam que arquivos de áudio teriam sido excluídos.

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