Enquanto a investigação do assassinato de Luna Gonçalves, de 11 anos, avança em Timbó, a Polícia Civil descobre fatos sobre a vida da família da vítima. Um deles se trata da irmã da menina, de 6 anos. Segundo relato de professores, assim como Luna, a mais nova também dava sinais de sofrer agressões em casa.

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A informação foi dada pelo delegado André Beckman, responsável pelo caso, durante uma coletiva na manhã desta terça-feira (10). 

Ele conta que durante depoimentos, professores disseram que Luna era isolada, não gostava de falar sobre a vida pessoal e andava de roupas compridas mesmo em dias quentes, como mostrou a reportagem especial do Santa.

Perfil semelhante apresentava a irmã da garota, que também já foi vista na escola com hematomas na pele, ainda de acordo com os relatos ouvidos pelo delegado. 

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Para comprovar a situação de violência, na última quinta-feira (5) a equipe cumpriu mandado de busca na residência de Luna. Foi apreendido um objeto semelhante ao relho, usado para domar cavalo e que pode ter sido utilizado para espancar a menina até a morte.

A polícia também procurou anotações feitas pela vítima revelando as agressões, mas o delegado não confirmou o que exatamente foi encontrado. Apesar de não dar detalhes do que já foi apurado, Beckman dá sinais de que as irmãs viviam em um ambiente hostil.

Coletiva em Blumenau nesta terça-feira (10) tratou de casos em investigação
Coletiva em Blumenau nesta terça-feira (10) tratou de casos em investigação (Foto: Patrick Rodrigues)

A mãe confessou o homicídio, mas contradições na versão dela fizeram a Polícia Civil buscar todas as provas para elucidar o que de fato aconteceu.

Prisão do padrasto e mãe

Questionado pelo Santa sobre o laudo que possa confirmar violência sexual contra Luna, o delegado confirmou que recebeu o documento, porém “pediu complementações” antes finalizar a investigação. Outros laudos são esperados nesta reta final da investigação.

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> Leia também: Laudo revela brutalidade com que menina de 11 anos foi assassinada em Timbó

> E mais: Vizinhos relatam sensação de cativeiro em casa onde Luna foi achada morta em Timbó

O prazo para conclusão do inquérito é no fim desta semana, porém a polícia não descarta pedir mais 30 dias para finalizá-lo. Se isso acontecer, o delegado deve pedir a prorrogação pelo mesmo período da prisão temporária do padrasto e da mãe de Luna.

Relembre o caso

Luna foi encontrada morta em Timbó na madrugada de quinta-feira (14/4). Ela vivia com a mãe, o padrasto, a irmã de seis anos e o irmão de nove meses, segundo apurou a Polícia Civil. O casal estava se relacionando há cerca de um ano, ainda conforme informações do delegado.

O atestado de óbito de Luna Nathielli Bonett Gonçalves, 11 anos, mostra a brutalidade com que a adolescente foi assassinada. Conforme o laudo, a garota sofreu politraumatismo. Ela tinha lesões internas no crânio, baço, pulmão, intestino, uma laceração na vagina e também estava com o rosto machucado.​

De acordo com a Polícia Civil, a mãe confessou ter matado a própria filha com socos e chutes como forma de represália, já que não aceitava que a filha havia se tornado “sexualmente ativa”. A mulher e o padrasto foram presos dois dias após a morte da menina.

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Inicialmente, o casal disse que a menina havia caído de uma escada ao tentar pegar um gato e que seguiu realizando as atividades normalmente após o acidente, até a hora de dormir. Mais tarde, teria passado mal e chamaram os bombeiros.

A perícia feita na casa onde o crime ocorreu encontrou marcas de sangue nas proximidades do quarto da criança, no sofá, em uma toalha, fronha e em uma calça masculina.

A mãe confessou o crime na segunda vez que foi à delegacia, ao saber que o companheiro seria preso temporariamente. Assim, ambos ficaram detidos desde então.

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