A Polícia Civil fez uma recapitulação do dia em que Luna foi morta em Timbó. De acordo com o delegado André Beckman, a polícia entende que as agressões foram cometidas pelo padrasto, que tinha histórico de violência, e a mãe foi omissa ao não denunciar a situação às autoridades. As informações são da NSC TV.

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A mãe e padrasto da menina foram indiciados por estupro, tortura e feminicídio.

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De acordo com a polícia, o padrasto foi o único homem que teve contato com a criança no mês de abril. A menina estava com machucados na região íntima, segundo a perícia. As autoridades ainda aguardam um laudo do material biológico colhido na menina e no homem, que deve comprovar se o padrasto foi o autor do estupro.

Inicialmente, a mãe afirmou à polícia que matou a filha durante um “ataque de raiva”. A hipótese foi descartada pelo delegado, que afirma que a mulher não teria condições físicas de causar tantos machucados na menina. O entendimento da polícia agora é que a mulher foi omissa, já que tinha total condição de fazer uma denúncia e não o fez. Por isso, ela foi indiciada pelos mesmos crimes que o companheiro.

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Na casa ainda moravam um bebê de nove meses e uma criança de seis anos, que tinha as mesmas marcas que Luna. A menina andava coberta, com roupas compridas, para esconder as agressões.

O dia do crime

A polícia concluiu que o padrasto foi até a escola da menina por volta das 15h30min do dia 13 de abril, para tentar transferi-la e não conseguiu. Ele voltou para casa frustrado e começou a agredir a menina com socos, chutes, cotoveladas e um objeto para domar cavalo, que deixou marcas no corpo.

As agressões aconteceram até ela ficar desacordada. Professor de artes marciais, ele saiu para dar aula e quando voltou continuou as agressões, que resultaram na morte da criança.

Por volta da meia-noite o casal levou a menina ao hospital afirmando que ela havia caído de uma escada, mas Luna já estava sem vida.

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O casal havia afirmado no início que a menina teria um namorado na escola, por isso eles queriam tirá-la de lá. De acordo com a investigação policial, os professores começaram a desconfiar da situação de violência que ela sofria em casa, o que motivou o pedido de transferência. Ela ficou todo o mês de abril sem ir à instituição de ensino.

Depoimentos

A polícia conversou com mulheres que já se relacionaram com o homem no passado, e todas relataram que ele cometia agressões desde o início do relacionamento. Como ele estava com a mãe da menina há cerca de um ano, acreditam que tenha sido esse o tempo que começou as agressões.

De acordo com o delegado, é possível concluir que a menina sofreu muito durante esse período, tanto física quando psicologicamente.

A mãe e padrasto da criança estão em prisão preventiva, que não tem prazo para terminar. Com o inquérito concluído, o Ministério Público deve denunciar o caso à Justiça.

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* Colaborou Ana Cristina Machado, da NSC TV

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