Um documento assinado por um perito paranaense é a nova base de sustentação da defesa do analista de sistemas Marcelo Buss Bernardes, 41 anos, preso desde 10 de março em Joinville sob a acusação de agredir e negligenciar atendimento ao enteado, Ítalo, de um ano e sete meses.
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A análise foi feita pelo médico-legista Carlos Alberto Peixoto Baptista,contratado pela defesa. Ele estudou, durante cinco dias deste mês, fotografias e laudos do Instituto Médico Legal de Joinville feitos no corpo do menino.
Baptista chegou à conclusão de que não há como comprovar quando ocorreram as lesões encontradas na cabeça de Ítalo, que morreu por causa de um traumatismo craniano.
O laudo complementar do IML se baseou no fato de haver três lesões em lados diferentes da cabeça do garoto para descartar a hipótese de queda acidental alegada pelo padrasto. O exame complementar foi feito depois que a Polícia Civil organizou a reconstituição dos últimos momentos da criança, em abril.
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O perito paranaense discordou da tese. Ele afirma que as lesões mais recentes têm “perfeito nexo de causalidade com as produzidas por queda”. Para as outras, não haveria como precisar data, afirma o médico. O documento foi anexado ao processo da 1ª Vara Criminal de Joinville.
Nisto também acredita a própria mãe de Ítalo, Michelly Fernandes, 29. Ela está convencida de que o companheiro, que cuidava do menino na noite em que ele passou mal, está até hoje preso injustamente.
No boletim de atendimento de urgência, o médico do PA Norte, onde o menino foi atendido, descreveu lesões que Ítalo apresentava como hematomas esverdeados. Para o perito contratado, isso sugeriria que as lesões eram de dias anteriores aos ferimentos fatais.
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Outro pedido de soltura
– O laudo complementar diz que, pela reconstituição, um tombo não justificaria todas as marcas, mas não foi levado em consideração que as lesões foram provocadas em dias diferentes -, afirma Michelly, referindo-se também às lesões nas costas de Ítalo, que seriam provenientes de um tombo no box do banheiro, no dia anterior.
Com base no novo laudo, o advogado de defesa de Marcelo, Laercio Henning, pediu nesta semana a revogação da prisão de Marcelo. A soltura já foi negada em junho pela vara. Outro pedido tramita no Supremo Tribunal de Justiça (STJ).