O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, comentou no domingo a reportagem da Folha de S.Paulo que localizou, em Los Angeles, o autor da mais importante imagem da história do Brasil nos anos 1970 – a foto do jornalista Vladimir Herzog morto numa cela do DOI-Codi, em São Paulo, em 1975.
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– Esse é um dos muitos episódios da época da ditadura a ser esclarecido, o que será papel da Comissão da Verdade já aprovada em lei. Está mais do que na hora de a presidente Dilma nomear os seus integrantes – disse o advogado.
Grupo governamental que fará a narrativa das violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, a comissão terá a missão de identificar os responsáveis pelas mortes, torturas e desaparecimentos no período, ainda que não possa puni-los. Damous é um dos cotados para participar da comissão.
A foto
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Fotógrafo da Polícia Civil de SP, o santista Silvaldo Leung Vieira, então com 22 anos, foi recrutado pelo Departamento de Ordem Social e Política (Dops) para uma de suas primeiras “aulas práticas”: o registro do cadáver do jornalista, que havia comparecido espontaneamente ao DOI-Codi, após ter sido procurado por agentes da repressão em sua casa e na TV Cultura.
– Ainda carrego um triste sentimento de ter sido usado para montar essas mentiras – afirmou.
A imagem produzida por Silvaldo, mostrando que Herzog teria se enforcado, tornou a versão insustentável, uma vez que o corpo pendia de uma altura de 1,63 m, com as pernas arqueadas e os pés no chão, o que tornaria improvável o suicídio.
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