A mãe, o irmão e ex-namorado de Djidja Cardoso foram denunciados pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) nesta quinta-feira (27) por tráfico de drogas, junto com sete outras pessoas. Djidja foi encontrada morta no fim de maio, em casa, em Manaus, e a suspeita é que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina. Ela era ex-sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintis. As informações são do g1.
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A defesa dos denunciados não foi localizada.
A investigação revelou que a família criou o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso indiscriminado da cetamina, uma droga sintética, de uso humano e veterinário, que causa alucinações e dependência.
Além da mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso Rodrigues, e do irmão, Ademar Farias Cardoso Neto, estão presos funcionários da rede de salões de beleza da família, o ex-namorado da empresária, um coach, além de dono e funcionários de clínicas veterinárias suspeita de fornecer a droga para o grupo. Veja quem são os denunciados e os crimes:
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- Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): denunciada por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico;
- Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas;
- Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas;
- Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas;
- Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo): denunciado por tráfico de drogas.
- Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): também denunciado por tráfico de drogas.
Agora, a Justiça deverá abrir prazo para os réus apresentarem defesa prévia contra a denúncia. Em seguida, será decidido se o juiz designado para o caso aceitará ou não a denúncia contra o grupo.
Veja as fotos de Djidja Cardoso
O que diz a denúncia
Na denúncia, o promotor de Justiça André Virgílio Betola Seffair afirma que Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, estava no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes. E
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“A denunciada induzia e incitava o uso de cetamina, sempre argumentando que se tratava de um instrumento de cura, inclusive oferecendo e entregando a consumo de seus próprios filhos – o denunciado Ademar e a falecida Dilamar (Djidja)”, explicou o promotor. “Além disso, a denunciada guardava em sua residência numerosas caixas de Cetamina, fazendo um verdadeiro estoque para ser distribuído entre seus familiares e colaboradores, bem como os frequentadores do salão de beleza”, continuou.
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Ainda segundo o MP, o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto da Silva, estimulava a mãe da ex-sinhazinha a seguir na busca de uma falsa elevação espiritual. “Ele induzia o uso de outras substâncias entorpecentes, estimulando que Cleusimar prosseguisse em seu intento de ‘se elevar espiritualmente’ mediante uso de drogas, sustentando que aquilo estava fazendo bem para sua namorada – mesmo esta em evidente estado precário de saúde”.
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Ainda conforme a denúncia, o irmão de Djidja, Ademar, estuprou uma de suas ex-namoradas após aplicar cetamina nela. “O denunciado Ademar, de posse de seringas contendo Cetamina, as aplicava na vítima em quantidade suficiente para deixá-la em transe, aproveitando-se para praticar sexo não consentido”.
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Ainda conforme o promotor, Ademar e a mãe impediram que a família de outra ex-namorada dele, que também ficou viciada na substância, conseguisse resgatá-la da casa onde ela morava com o indiciado.
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“Eles dificultaram ao máximo que os pais da mãe do filho dele, sabendo que a mesma estava envolvida com uso de substância entorpecente, pudessem resgatá-la para dispender os cuidados necessários ao restabelecimento de sua saúde”.
Quem intermediava a compra da droga
Para o promotor, era o Hatus Silveira, coach que se passava por personal trainer da família, quem intermediava a aquisição das substâncias, junto aos donos da clínica veterinária.
“Os elementos de prova constantes dos autos do Inquérito Policial indicam que o denunciado Hatus era contumaz na aquisição do medicamento sob controle especial, sendo que em uma das tratativas, quando informado pelo representante da clínica, o denunciado Sávio, que não tinha o referido medicamento disponível para venda, verbalizou no seguinte sentido: ‘Rapaz eu fui espalhar esse vício pra Manaus agora não tem em Manaus toda kakakak'”, explicou.
Ainda segundo o promotor, Hatus usava as redes sociais para induzir as pessoas a utilizarem substâncias destrutivas à saúde. Para ele, o coach “não se trata de um traficante comum, mas de uma pessoa peculiarmente perigosa à sociedade”.
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“O esquema é bastante ardiloso, não está cravado no submundo de nenhuma boca de fumo, mas nos saudáveis ambientes das academias e no glamour das clínicas de estética e beleza, lugares onde comumente as pessoas buscam saúde e bem-estar, entretanto, sob a orientação deletéria deste denunciado acabavam encontrando o vício, a destruição física e psicológica e, até mesmo, a própria morte”.
Para manter o vício, os denunciados também contaram com a ajuda da gerente da rede de salão de beleza da família, Verônica Seixas, para tentar trocar a razão social dos empreendimentos para inserir atividades de pet show e tentar facilitar a aquisição das drogas.
“Verônica da Costa Seixas trabalhava como gerente de um dos salões de beleza da rede pertencente à denunciada Cleusimar, era responsável por distribuir substância entorpecente para funcionários do local, bem como para os integrantes da família Cardoso e seus conhecidos, tendo acesso irrestrito à residência onde ocorriam os encontros para consumo e aplicação de cetamina”, explicou o promotor.
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