Para a diretora-executiva da Human Rights China, Sharon Hom, uma ONG sobre direitos humanos do país, baseada em Hong Kong e em Nova York, a comunidade internacional precisa acompanhar de perto a situação do ativista cego Chen Guangcheng, que deixou nesta quarta-feira a embaixada dos EUA em Pequim. Ele estava abrigado na sede da representação diplomática americana desde a semana passada, quando fugiu da prisão domiciliar. Veja as respostas de Sharon às perguntas enviadas por e-mail por Zero Hora:

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Zero Hora – Quais as possibilidades para o futuro de Chen Guangcheng?

Sharon Hom – No nosso entendimento, o acordo entre Estados Unidos e o governo chinês respeita o desejo de Chen Guangcheng de permanecer na China. É também uma complexa situação política e pessoal que está se desenrolando. A comunidade internacional precisa monitorar de perto se as autoridades chinesas vão cumprir suas garantias sobre a segurança de Chen, de sua família e de seus apoiadores, e ajudar ele e sua família a serem realocados em um lugar escolhido por eles. Então, eles poderão continuar seus estudos e exercer seus direitos e liberdades como cidadãos chineses.

ZH – Enquanto as atenções estão voltadas para a situação de Chen, outras violações de direitos humanos acontecem na China. Quais são, neste momento, os principais problemas de direitos humanos e liberde de expressão no país?

Sharon – O caso de Chen Guangcheng é o reflexo dos principais problemas de direitos humanos na China: corrupção endêmica massiva, tolerância do governo à violência cometida por bandidos, detenções e desaparecimentos ilegais, controle de informação, censura e vigilância.

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ZH – A China será capaz de resolver esses problemas sem pressão ocidental?

Sharon – Os cidadãos chineses já estão enfrentando esses problemas. E o papel da comunidade internacional é apoiá-los!