O consumo exagerado de álcool por parte de Daniel Alves no dia em que teria cometido o estupro contra uma jovem de 23 anos em uma boate foi o maior tema do segundo dia do julgamento do jogador em Barcelona. De acordo com os depoimentos das testemunhas, o ex-jogador bebeu muito ao longo daquele dia, e a esposa dele disse que ele chegou bêbado em casa de madrugada.
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Fortuna de Daniel Alves é avaliada em quase R$ 300 milhões em salários e empresas
Daniel Alves é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma boate da cidade espanhol em 30 de dezembro de 2022.
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– Ele foi comer com seus amigos no restaurante. Passou o dia aí e voltou era quase quatro da manhã. Voltou muito bêbado, fedendo a álcool. Bateu no armário e caiu na cama – contou Joana Sanz.
Fotos: Daniel Alves no primeiro dia de tribunal
Segundo os depoimentos dos amigos de Daniel Alves, o grupo estava reunido desde o meio da tarde no restaurante Taberna del Clínic. No começo da madrugada, foram para o bar Nuba e depois emendaram para a boate Sutton, onde teria acontecido o crime. De acordo com o depoimento do Bruno Brasil, que estava com o ex-atleta durante o dia, ele “foi o que mais bebeu”.
– Exatamente não lembro, mas foi bastante porque ficamos desde 14h30 até 1 da manhã, então bebemos muito. Eu diria que pedimos umas cinco garrafas de vinho, uma de uísque. Thiago não bebe, Bruno bebe pouco, então eu e Daniel bebemos muito. Pedimos quatro drinks de gin tônica. Ele tinha bebido bastante – relatou outra testemunha, que também estava com Daniel Alves no dia do ocorrido.
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O depoimento do gerente da balada também indicou que Daniel Alves estava apresentando um comportamento diferente. Ele alegou que o brasileiro “ou tinha bebido, ou tomado algo, mas não estava normal”.
Estes depoimentos ajudam a confirmar a versão dos advogados do ex-jogador, de que ele estava alcoolizado. De acordo com a imprensa espanhola, alegar embriaguez é uma tática da defesa para tentar um atenuante de pena, em caso de condenação.
Policial confirma versão da suposta vítima
Um dos policiais que testemunhou no tribunal nesta terça-feira garantiu que as câmeras de segurança daquela noite corroboram totalmente a versão da suposta vítima.
– Ela disse que a pessoa não a tinha deixado sair do lugar onde tinha ido e que havia tocado suas partes íntimas por dentro. Disse que não queria dinheiro, queria justiça. A assessoramos para que denunciasse os fatos ou não – disse o primeiro policial a atender a mulher.
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Outro policial que depôs na audiência disse que impressões digitais foram encontradas dentro do banheiro na área da pia, no espelho, na tampa do vaso sanitário e na cisterna.
Promotoria nota contradição em relato de testemunha
Bruno Brasil, amigo de Daniel Alves que estava com o ex-jogador na noite do suposto crime, se contradisse na audiência desta terça.
Ele afirmou que o grupo teria ido embora “sem motivo especial”. Entretanto, ele já havia falado em depoimento anterior que eles saíram da balada porque Daniel Alves estava mal da barriga.
Quando apontada a contradição, ele se justificou dizendo que no último depoimento ele teve que falar espanhol, que não é sua língua nativa, e se expressou mal. Nesta terça, o brasileiro depôs em português e garantiu que Daniel Alves não falou por que foi ao banheiro.
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– Quando ele (Daniel Alves) saiu do banheiro, eu estava com a prima (da denunciante). Estávamos pegando contato um do outro. Ele saiu do banheiro, ficou do meu lado e seguiu dançando, na mesma sala. Ela saiu, falou com todo mundo, se despediu de mim, a prima também e foram embora. – afirmou.
– Eu não lembro o tempo que levou entre a saída dela e a despedida após o banheiro. O tempo não lembro, mas ainda seguimos lá dentro por um tempo. Já era tarde, já tínhamos bebido muito e por isso fomos embora – completou Bruno Brasil.
Bruno também disse que não viu a mulher chorando, pelo local ser “muito escuro”. Ele ainda relatou que viu Daniel Alves e a suposta vítima “bem” e “dançando juntos”. E declarou que “em nenhum momento falamos sobre o que tinha acontecido no banheiro”.
Daniel Alves esteve presente no segundo dia do julgamento, assim como no primeiro. A 21ª seção da Audiência de Barcelona deveria ouvir 22 pessoas nesta terça, entretanto, duas foram dispensadas.
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Nesta quarta-feira (7), acontece o terceiro e último dia do julgamento de Daniel Alves. A sessão será retomada às 11h (horário de Brasília) e será a vez de o jogador prestar depoimento, além de mais testemunhas.
Saiba mais sobre o caso Daniel Alves
Daniel Alves é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma boate de Barcelona. O caso aconteceu em 30 de dezembro de 2022. O ex-jogador está preso desde 20 de janeiro de 2023 e aguardava o julgamento. Ao longo do processo judicial, o brasileiro mudou sua versão da história várias vezes e ainda trocou de advogado.
De acordo com a imprensa espanhola, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos na balada, até o momento que ele “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Um tempo depois, o ex-jogador a convidou para segui-lo até uma porta, que dava para um banheiro. Em seguida, teria acontecido o crime.
O brasileiro alega inocência e afirma que a relação sexual foi consensual. Ele mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga. A pena para este tipo de crime no país é de até 12 anos de reclusão.
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A mulher que denunciou Daniel Alves terá a identidade preservada e vai realizar o depoimento protegida por um biombo para que não tenha contato visual com o jogador, sem horário divulgado de maneira prévia. A imagem dela será reproduzida em vídeo para os presentes, com a imagem e voz distorcidas. A medida visa proteger a identidade da denunciante.
Não há prazo para o anúncio da sentença. Até lá, Daniel Alves vai continuar preso de maneira preventiva. Apesar de a acusação pedir 12 anos de prisão (pena máxima), e o Ministério Público, nove, a tendência é que o brasileiro, se condenado, permaneça recluso por no máximo seis anos.
Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) de indenização à jovem. A advogada da mulher contesta a possível redução da eventual pena. O MP solicitou, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.
*Lia Capella é estagiária sob a supervisão de Diogo Maçaneiro
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