Uma fake news precisou ser desmentida por pessoas ligadas ao brasileiro Daniel Alves neste sábado. Postagens em redes sociais viralizaram afirmando que ele teria morrido na prisão onde cumpre pena por estupro, em Barcelona, na Espanha. No entanto, a assessoria do jogador negou o boato.

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Cela particular e trabalho na limpeza: Confira o dia a dia de Daniel Alves na prisão

A equipe de Daniel Alves falou com a TNT Sports Brasil e desmentiu qualquer boato sobre a morte do jogador.

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– Assessoria de imprensa do Daniel Alves, após contato com a advogada do ex-jogador, desmente o boato veiculado esta noite – escreveu o repórter setorista do Barcelona Marcelo Bechler no X (antigo Twitter). O jornalista afirma ter conversado com a equipe jurídica que defende o atleta.

Veja imagens do julgamento de Daniel Alves

Daniel Alves foi condenado no dia 22 de fevereiro pelo estupro de uma jovem de 23 anos em uma boate de Barcelona. O crime aconteceu em dezembro de 2022. O brasileiro vai servir quatro anos e seis meses de prisão por agressão sexual.

O crime

O caso aconteceu em 30 de dezembro de 2022. De acordo com a imprensa espanhola, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos na balada, até o momento que ele “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Um tempo depois, o ex-jogador a convidou para segui-lo até uma porta, que dava para um banheiro. Em seguida, teria acontecido o crime.

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A mulher foi vista por um segurança da balada chorando e logo relatou ao homem o que havia acontecido. Assim, ele imediatamente ligou para a polícia, que foi até a vítima e interditou o local para a coleta de provas. A mulher foi levada ao hospital de ambulância e, devido à rapidez do exame de corpo de delito, muitos indícios puderam ser coletados.

Ela fez um boletim de ocorrência e, no hospital especializado no atendimento de mulheres vítimas de violência, já foi apresentada a uma advogada para que desse início ao processo contra o brasileiro.

Segundo os depoimentos dos amigos de Daniel Alves, o grupo estava reunido desde o meio da tarde no restaurante Taberna del Clínic. No começo da madrugada, foram para o bar Nuba e depois emendaram para a boate Sutton, onde teria acontecido o crime. De acordo com o depoimento do Bruno Brasil, que estava com o ex-atleta durante o dia, ele “foi o que mais bebeu”.

O julgamento

O julgamento de Daniel Alves foi realizado entre 5 e 7 de fevereiro de 2024, com três sessões em três dias. Ao total, 28 testemunhas foram convocadas para depoimentos, incluindo o ex-jogador e a vítima.

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A primeira sessão, no dia 5, foi marcada pela primeira aparição pública de Daniel Alves desde sua prisão, no começo de 2023. Além disso, prestaram depoimento uma amiga e uma prima da denunciante, além de dois garçons e o porteiro da boate em que o caso teria acontecido.

O depoimento da vítima foi dado dentro de um biombo, com equipamentos de distorção de voz, para proteger sua identidade. Ela recebeu acompanhamento psicológico durante o julgamento e falou na mesma sala que o ex-jogador, mas sem contato visual.

No segundo dia, a esposa de Daniel Alves, Joana Sanz, prestou seu depoimento. O consumo exagerado de álcool por parte de Daniel Alves no dia do crime foi o maior tema da sessão.

De acordo com os depoimentos dos amigos de Alves, o ex-jogador bebeu muito ao longo daquele dia, e a esposa dele disse que ele chegou bêbado em casa de madrugada.

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Na mesma sessão, um dos policiais que testemunhou no tribunal garantiu que as câmeras de segurança daquela noite corroboram totalmente a versão da suposta vítima.

Outro policial que depôs na audiência disse que impressões digitais foram encontradas dentro do banheiro na área da pia, no espelho, na tampa do vaso sanitário e na cisterna.

O terceiro e final dia do julgamento foi marcado pelo depoimento de Daniel Alves à justiça. Ele respondeu perguntas de sua advogada, afirmou que a relação foi consensual e chorou muito durante sua fala.

O brasileiro ainda alegou que teria bebido excessivamente no dia do crime, e que não havia forçado a mulher a acompanhá-lo no banheiro.

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Além do testemunho do jogador, houve apresentação dos vídeos das câmeras da boate e os relatórios finais do Ministério Público, da defesa e da acusação.

A sentença

Em 22 de fevereiro, Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão pelo crime de estupro, duas semanas após o término do julgamento. A condenação ficou longe dos nove anos de prisão pedidos pela Promotoria e dos doze anos pedidos pela denunciante.

O ex-jogador também terá que pagar uma indenização de mais de R$ 800 mil para a vítima e será monitorado pela Justiça por cinco anos após cumprir a pena. 

Segundo a sentença, o tribunal aplicou a condenação uma circunstância atenuante de reparação do dano porque “antes do julgamento, a defesa depositou na conta do tribunal a quantia de 150 mil euros para ser entregue à vítima independentemente do resultado do julgamento, e isso expressa, de acordo com o tribunal, ‘uma vontade reparadora’”.

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A defesa de Daniel Alves já informou que vai recorrer da decisão. Neste período, ele continua preso.

A apelação pode ser feita em duas instâncias: no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e no Supremo Tribunal da Espanha.