A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que torna rés Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, foi aceita pela Justiça do Rio. As duas são acusadas de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond em maio deste ano com um brigadeirão envenenado. As informações são do g1.
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Na época, o corpo do empresário foi achado em avançado estágio de decomposição dentro do próprio apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio.
Brigadeirão: suspeita de matar empresário teria ficado com cadáver no apartamento por 4 dias
“Os depoimentos colhidos na fase de inquérito policial evidenciam que as denunciadas estavam unidas no intuito de eliminar a vida da vítima, tendo por fim usufruir de seus bens, praticando atos dissimulados ao longo do tempo que antecedeu ao crime, agindo com atuação calculada e fria, a revelar a periculosidade acima do padrão normal da vida urbana, tornando a custódia necessária para a garantia da ordem pública que se demonstrou abalada com a prática do crime”, disse a juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da 4ª Vara Criminal, na decisão.
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Júlia era a namorada de Luiz Marcelo, enquanto Suyany é a cigana indiciada por auxiliá-la no assassinato. Com a denúncia acatada pela Justiça do Rio, as duas viraram rés por homicídio, falsidade ideológica e associação criminosa.
A ex-namorada está presa no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte. Suyany, por outro lado, está no Presídio Djanira Dolores de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
A defesa de Júlia, Hortência Menezes, afirmou que analisa as provas técnicas para responder à acusação.
O advogado de Suyany, Etevaldo Tedeschi, informou que só irá se pronunciar nos autos do processo dentro do prazo de 10 dias após a citação da acusada. Além disso, reafirmou que a cliente dele é inocente.
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Seis pessoas foram indiciadas
Além de Júlia e Suyany, a Polícia Civil indiciou mais quatro pessoas pelo crime, ao concluir a investigação. São eles:
- Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, por receptação, venda de armas, associação criminosa e fraude processual;
- Victor Ernesto de Souza Chaffin, por receptação criminosa, venda de armas, associação criminosa e fraude processual;
- Geovani Tavares Gonçalves, pela compra das armas de Ormond;
- Michael Graça Soares, pela compra das armas de Ormond.
Recorde o caso
O crime veio à tona no dia 20 de maio, após o corpo de Luiz Marcelo Ormond ser encontrado em avançado estágio de decomposição dentro do apartamento dele, localizado em um condomínio no Engenho Novo. O empresário, segundo suspeitas, morreu no dia 17 de maio, após comer o brigadeirão que Júlia o ofereceu.
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Na época, o que consolidou a causa da morte foi o resultado da necrópsia, que encontrou um líquido achocolatado no estômago de Ormond. Uma perícia mais detalhada revelou ainda morfina e ansiolítico clonazepam no trato gástrico do empresário.
A dosagem de drogas, considerada alta pela polícia, matou Ormond em menos de meia hora, conforme imagens das câmeras do elevador do prédio dele. Às 17h04min, ele desce para a piscina com o prato de brigadeirão nas mãos. Às 17h47min ele já aparece subindo ao apartamento, tossindo muito e aparentando estar desatento.
No dia 22 de maio, Júlia já era suspeita de estar envolvida e foi ouvida na 25ª DP (Engenho Novo). No depoimento, a psicóloga afirmou ter largado o carro de Ormond na Maré a pedido dele — afirmação que a polícia diz ser mentira — e deixado o apartamento no dia 20, após uma briga do casal. Em momento algum ela disse que o então namorado havia passado mal.
Neste mesmo dia, Júlia sorriu diversas vezes ao falar sobre Ormond, o que demonstrou “extrema frieza”, de acordo com o delegado Marcos Buss, da 25ª DP.
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Após o depoimento, Júlia se dirigiu à casa do outro namorado, Jean Cavalcante de Azevedo, em Campo Grande, na Zona Oeste. Jean disse à polícia que hospedou a mulher até o dia 27.
Os pais de Júlia alegaram à polícia estarem preocupados com o estado da filha, que contava ter feito “uma besteira”, sem entrar em detalhes. Por isso, Carla e Marino a levaram até Maricá, onde moram.
A cigana Suyany foi presa antes de Júlia, que ficou foragida por alguns dias. Após uma negociação com a polícia, ela se rendeu.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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