Após quase cinco anos da morte do menino Bernardo Boldrini, na época com 11 anos, os quatro réus foram condenados. O crime ocorreu em 2014, em Frederico Westphalen, no Noroeste do Rio Grande do Sul, após a criança receber uma superdosagem de midazolam. O corpo foi enterrado em um matagal. O julgamento ocorria desde segunda-feira (11) no Fórum de Três Passos, na mesma região.
Continua depois da publicidade
O pai do menino, Leandro Boldrini, foi condenado a 33 anos, oito meses e 28 dias de prisão.
Já a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, foi condenada a 34 anos e sete meses de reclusão.
Enquanto Edelvânia Wirganovicz foi condenada a homicídio e ocultação de cadáver. Evandro Wirganovicz foi condenado por homicídio simples e ocultação de cadáver.
A leitura da sentença pela juíza Sucilene Engler gerou gritos e aplausos no Fórum.
Continua depois da publicidade
Para chegar ao veredito, sete jurados ouviram as declarações dos quatro réus, argumentos da defesa e acusação e declarações das testemunhas apresentadas pelos dois lados do julgamento. O conselho de sentença, como é chamado o grupo, foi composto por cinco homens e duas mulheres. Para eliminar possível contaminação do voto, os jurados ficaram em um hotel isolado, sem contato com televisão ou qualquer outro meio de comunicação. Além dos quatro réus, 11 testemunhas foram ouvidas desde o início do julgamento.
A pena dos réus
Leandro Boldrini
– 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado
– 30 anos e oito meses são por homicídio qualificado (motivo fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação)
– Dois anos por ocultação de cadáver
– Um ano por falsidade ideológica.
Gracieli Ugulini
– 34 anos e sete meses de prisão, em regime fechado
– 32 anos e oito meses por homicídio qualificado (motivo fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação)
Continua depois da publicidade
– Um ano e 11 meses por ocultação de cadáver.
Edelvânia Wirganovicz
– 23 anos de prisão, em regime fechado.
– 21 anos e quatro meses por homicídio qualificado (emprego de veneno e mediante dissimulação).
– Um ano e seis meses por ocultação de cadáver.
Evandro Wirganovicz
– Nove anos e seis meses de prisão.
– Oito anos por homicídio simples
– Um ano e seis meses por ocultação de cadáver.
– Restante da pena em regime semiaberto.
"Bernardo sofria descaso", disse delegada em depoimento
Entre as testemunhas ouvidas no julgamento estavam duas delegadas responsáveis por apurar a morte do menino. Ouvidas no primeiro dia, as policiais deram detalhes da apuração. A delegada Caroline Bamberg Machado foi a primeira a depor e falou por quatro horas.
— Bernardo sofria descaso em grau máximo — atestou a delegada.
Caroline contou das primeiras suspeitas, de que a polícia trabalhava com três hipóteses: sequestro, que Bernardo tivesse fugido por vontade própria ou homicídio. Revelou que, a partir de depoimentos, especialmente de funcionários da escola de Bernardo, percebeu que ele poderia ter sido vítima da própria família.