Lembram-se do colombiano Juan Carlos Osorio, o técnico que passou rápido pelo São Paulo e ficou famoso por mudar o time em todos os jogos e anotar todos os lances do jogo em uma caderneta? Pois ele está na pauta da Seleção Brasileira como uma das armas do México nas oitavas de final. O respeito é tanto que o volante Casemiro citou-o na entrevista desta sexta-feira (29), em Sochi, com tom reverencioso.
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– Se o México tiver o propósito de tentar jogar, será melhor para nós. Mas o treinador deles é esperto, trabalhou no São Paulo e falaram muito bem dele. Não podemos cair nessa trama. Ele é inteligente e vai querer nos surpreender – alertou o volante.
Osorio passou pelo Morumbi entre junho e outubro de 2015. Saiu de lá para assumir o México com o propósito de levá-lo para a Copa do Mundo. Atingiu a meta com folga. Tite e os jogadores sabem que ele prepara alguma estratégia surpreendente. É do seu perfil trabalhar sua equipe ajustando-a ao adversário.
Tanto é que Casemiro não soube prever se os mexicanos virão mais fechados ou se atacarão a Seleção. O fato é que a previsão é de um jogo duro e até mesmo mais ríspido, como tem sido os últimos confrontos entre as duas seleções. Mesmo que esteja com um cartão amarelo e seja o jogador com maiores obrigações de marcação no meio-campo, o volante avisa: não mudará seu estilo de jogo:
– Não me preocupa (estar pendurado). Tenho estilo de jogo, como o pessoal fala, mais agressivo. Não o mudarei. Se estou jogando no Real Madrid e se estou na Seleção é por essa forma de atuar.
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Aliás, o Real Madrid foi pauta, claro, da entrevista aqui no Centro de Mídia do Suissôtel Resort. Casemiro fez louvações a Zinedine Zidane, seu técnico nas últimas três temporadas na Espanha. Mostrou-se agradecido pela colaboração do francês sem seu crescimento e disse que todos no Real sentirão falta dele – Zidane se demitiu, e Julen Lopetégui assumiu o cargo.
– O que falar do Zidane? Como treinador, comprovou tudo o que era. Sabemos que também ganhou tudo como jogador. Tenho de agradecer muto a ele, me deu muita confiança, me fez entender o que é a função de primeiro volante. Só tenho a agradecer mesmo. Vai deixar muita saudade, não só em mim, mas em todos os jogadores do clube. Era um amigo nosso – lamentou.
Os elogios também foram destinados para Tite, a quem se referiu como mister, importando a denominação do vestiário do Santiago Bernabéu. Ao ser questionado sobre o seu bom rendimento na Seleção, o volante valorizou o fato de o técnico manter-se fiel à posição em que os convocados atuam em seus clubes. Casemiro citou o seu próprio exemplo. A função e as tarefas diante da área na Seleção são as mesmas que executa no Real, com mínimos ajustes.
– Tudo o que ele (Tite) pede para fazer aqui, é o que faço no Real Madrid. O mérito (das minhas atuações) também é dele, por não mudar meu perfil de jogo. Todos jogadores afazem no clube e na Seleção as mesmas funções. O mérito do “mister” é esse.
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Antes de encerrar, Casemiro foi questionado se, diante de possível decisão por pênaltis contra o México, Tite já começou a treinar as cobranças. Segundo ele, elas vem sendo feitas desde o início da preparação, na Granja Comary. Cada jogador faz duas cobranças por sessão de trabalho. Os eleitos, em caso de empate nos 120 minutos em Samara, garantiu Casemiro, ainda não foram definidos por Tite. Mas ele já se antecipou:
– Se for para os pênaltis, eu quero bater.