Desde que uma árvore caiu sobre a casa de Sônia Talita Stein, no Jardim Solemar, em São José, durante uma tempestade em março de 2010, ela aguardava ansiosa por um novo lar que poderia chamar de seu. Por um período recebeu aluguel social, até que finalmente foi beneficiada com uma casa popular pela Prefeitura.
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Sônia Talita e suas duas filhas, uma de cinco anos e outra de apenas cinco meses, foram as primeiras moradoras do conjunto de cinco casas em um loteamento no Bairro Potecas. Mas logo que se mudou, em outubro de 2013, ela percebeu os problemas na nova residência: pisos soltos, pequenas rachaduras, falta de acabamentos e tomadas, além de goteiras. Mas o pior e mais preocupante é a falta de tubulação de esgoto.
As fossas construídas não dão conta e o esgoto forma poças de água contaminada em frente à casa. Em dias de sol, o mau cheiro é insuportável, e em dias de chuva, a lama se mistura à água contaminada, tornando impossível sair de casa. Mosquitos e insetos formaram ninhos no meio da poluição. Em frente à casa dos vizinhos, que chegaram há cerca de um mês, acontece o mesmo problema:
– Todas as famílias que se mudaram para cá têm crianças. Eu nem deixo a minha filha brincar no terreno, pois ela tem imunidade baixa devido a um problema de saúde, e é um perigo. Eu agradeço pela casa, mas nem por isso precisa ser coisa mal feita – reclama.
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Umas das moradoras da casa número 1, Princiane Zenita dos Santos, conta que na casa dela são seis crianças, e é muito difícil prendê-las em casa o tempo todo.
– A gente tenta segurar, mas as crianças também precisam de espaço para brincar – comenta.
Na placa em frente ao loteamento, o custo da obra aparece com o total de R$ 549.841,28, o que é contestado por Sônia e outros moradores:
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– Eu duvido que essas cinco casas, de dois quartos, cozinha/sala e banheiro tenham custado tão caro – comenta a moradora.
O prefeito em exercício e secretário de Obras de São José, José Natal Pereira, explica que a construção das casas populares começou na gestão anterior, mas somente em outubro do ano passado que foi concluída. Ele garante que as famílias estão recebendo toda a atenção necessária e que os problemas serão resolvidos:
– O contrato com a construtora responsável, a Cone Construções, dá garantia de cinco anos. Já acionamos a empresa para corrigir os defeitos. Para a parte do esgoto já estamos providenciando o material e o será resolvido nesta quinta-feira, se não chover. Vamos ligar as fossas na rede da rua principal – garante.
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José Natal explica que o valor da obra descrito na placa contempla a construção de casas populares em outros bairros de São José também, mas não soube especificar o total. De acordo com ele o contrato deveria estar com a Defesa Civil do munícipio, mas não foi encontrado. O secretário ainda afirmou que iria localizar o documento e daria um retorno nesta quinta-feira.
Empresa diz que vai consertar
A gerente da Cone Construções, Fernanda Rios, explica que a empresa já disponibilizou uma equipe para fazer os reparos nas partes internas das casas. Ela afirma que os reparos são rápidos e que até segunda-feira os problemas devem estar resolvidos. A empresa reconheceu os problemas e afirma que vai continuar prestando assistência aos moradores. Somente a fossa que ainda não tem uma definição sobre reparos. Fernanda explica que o esgoto não é responsabilidade da empresa:
– Estamos em negociação com a prefeitura, porque ali, como o terreno é encharcado, somente uma rede coletora de esgoto resolveria o problema. Isto teria que ser feito pela prefeitura – afirma Fernanda.
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