Casas noturnas de Santa Catarina investem em ambientes exclusivos para atrair público cada vez mais seleto

O dicionário traz especial, privativo e restrito como sinônimos de exclusivo. Seja qual for o adjetivo, nos mais variados aspectos a exclusividade seduz mais que leite condensado na TPM. Quando o assunto é festa, esse conceito ainda vem carregado do glamour de leds, paetês e bolinhas de champanhe.

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No 18º andar do Hotel Majestic e com quantidade bastante limitada de ingressos, a boate The Roof é hoje um dos ambientes mais exclusivos de Florianópolis. O clube reúne até 300 pessoas por festa, nada mais que isso, o que em dias de casa lotada significa um cliente por metro quadrado num espaço onde não há aclives.

– É proposital, não temos degraus nem áreas mais altas. Aqui todos estão no topo – explica o sócio Perteson Ungaretti.

São aproximadamente 25 pessoas para servir os frequentadores com a discrição de quem entende entrelinhas. Basta olhar e os garçons perfeitamente alinhados se aproximam para atender as demandas seletas. A casa não trabalha com espumante, apenas champanhe, cuja garrafa chega a cifras de cinco dígitos. Vodca, uísque e drinques também apostam alto.

Os DJs são apenas residentes, não há interesse em contratar grandes nomes. O som vai de acordo com o que empolga o público, em interposições suaves entre house, hip hop e música brasileira.

Também não há interesse em ampla divulgação. Raramente a casa é citada em jornais e em colunas sociais. A discrição encoraja os clientes a curtirem a noite sem assédios, independentemente do grau de notoriedade.

As paredes envidraçadas do The Roof silenciam e suavizam o movimento da Avenida Beira-Mar lá embaixo. Anexo da boate fica o disputado restaurante japonês Black Sheep.

Com a mesma pegada intimista e espaço pouco maior, para até 500 pessoas, o Donna é outra opção para quem quer curtir a noite sem tanta muvuca. Localizada em Jurerê Internacional, a casa é uma das apostas para este verão. O ator Leonardo Di Caprio está entre os cogitados para dar o ar da graça no clube.

CRITÉRIOS

Com a onda “todo mundo é vip”, pulverizada por listas de promoters cada vez mais extensas, as boates e clubes do litoral catarinense precisaram inovar para fazer com que seus clientes preferenciais se sintam realmente very important people. E se engana quem pensa que o tratamento de luxo tem relação com quanto se pode gastar em uma noite.

Quando a equipe da Revista de Verão fez contato com Wallace Rodrigues de Oliveira para acompanhá-lo em uma balada ele se preocupou. Por mais que uma época, em função do trabalho, tenha sido um baladeiro contumaz, não quer que sua imagem seja associada à dos banalizados e ridicularizados “reis do camarote”, que ganharam fama e acabaram estereotipados a partir de ostentações em festas.

A preocupação é compreensível. Qualquer um que esteja num dos camarotes mais visados da noite pode ser visto dessa maneira. Mas para o empresário de Blumenau, que tem 39 anos e vai a festas com a esposa, casais de amigos e até o filho de 20, ostentar não está nos planos.

O “arrego” de Wallace foi conquistado sem qualquer intenção. Durante o tempo em que trabalhou com entretenimento, manteve com donos e gerentes de casas noturnas bons relacionamentos que se transforam em amizades. Hoje, o empresário frequenta os locais que escolhe, sem a obrigação de estar prestigiando um parceiro de negócios.

Outros critérios contribuem para que clientes sejam recebidos pela entrada Gold das baladas. Consumo elevado é um critério de quem faz as listas de camarotes, mas pessoas “agregadoras” também têm espaço. Tratam-se de pessoas populares e alto astral, muitas vezes com o dom de reunir gente bonita e interessante.

Que o tratamento vip é uma via de mão dupla é evidente. Clientes bem tratados consomem, levam outros clientes e falam bem da casa por onde passam. A sertaneja Shed, de Balneário Camboriú, tomou essa reciprocidade tão a sério que criou uma nova ação. Há alguns meses, a boate nomeou embaixadoras. Cada uma delas recebeu em mãos um cartão que dá acesso a todos os ambientes da casa. Ele também permite uma entrada facilitada, sem filas, para a dona do cartão e suas convidadas.

– A Shed valoriza as mulheres – resume a assessoria da boate.

Na Beira-Mar Norte, a Cash Exclusive, que funciona às quartas e sextas, tem público total de menos de 200 pessoas, a maioria convidada a partir de lista.

A Milk, que inaugura nesta sexta-feira em Jurerê Internacional (confira mais detalhes no Anexo), também promete trazer uma dose extra de exclusividade para a Ilha. Além de uma estrutura inédita, com leite derramando por vigas, a boate terá festas com assinatura de famosos. A primeira delas será no dia 28, com a top Alessandra Ambrósio como anfitriã.

Confira a agenda completa de festas até o dia 10 de janeiro:

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