Ao menos duas casas precisarão ser demolidas na praia dos Ingleses, em Florianópolis, em função dos danos causados pelo avanço das dunas. Ambas as residências foram invadidas pela areia e uma delas chegou a desabar parcialmente há uma semana. Uma moradora, que não estava no local no horário do incidente, foi notificada a sair com todos os bens até esta quarta-feira (18).
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– A minha situação é a mais desesperadora possível – disse Denise Guimarães Santana.
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Conforme o laudo de vistoria emergencial feito pela prefeitura de Florianópolis, os estragos são irreparáveis e o risco de novos desabamentos é iminente.
– Essas casas estão condenadas estruturalmente e gerando risco não só para as pessoas que moram nelas, mas para algumas pessoas em situação de rua que estão entrando [nas residências desocupadas] para poder dormir em dias mais frios – explica o agente da Defesa Civil Marcos Alberto Leal.
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Além disso, Leal afirma que as residências estão “literalmente sobre a faixa de areia”, o que também causa risco aos banhistas e visitantes:
– Se elas [as casas] vierem a ruir, podem causar acidente grave para quem estiver passando ali, até porque tem um trânsito [de pessoas] considerável naquele local.
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“Eu ainda não sei o que vou fazer”
A moradora notificada pela prefeitura é Denise Guimarães Santana, que seguia instalada no local até esta terça-feira (17). Ela conta que chegou ao imóvel há aproximadamente dois anos, quando se mudou para o Norte da Ilha de SC.
Desde então, investiu todos os recursos que tinha na estrutura para acomodar a sua família e abrir um restaurante, sua única fonte de renda:
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– Eu não sei ainda o que vou fazer. Vou ter que dar um jeito. Estou pagando duas pessoas com um dinheiro que eu nem tenho para ajudarem a tirar as minhas coisas daqui antes que passem patrola por cima de tudo ou que mandem minhas coisas pra um depósito – lamenta.
A prefeitura ofereceu hospedagem temporária em um hotel para a moradora, mas ela disse que foi acolhida na casa de amigos. Antes disso, quando a estrutura foi ‘condenada’ pela perícia, Denise recusou-se a sair do imóvel por medo que criminosos invadissem a residência para furtar seus pertences.
– Enquanto eu conseguir preservar o que sobrou das minhas coisas eu não posso ir pra hotel, porque não vou ficar tranquila. Se eles [prefeitura] conseguissem garantir a segurança das minhas coisas com alguém da Guarda aqui, eu poderia ter ido para o hotel tranquila, o que não ocorreu – desabafa.
Embora o filho mais velho de Denise estivesse em casa no dia do desabamento, não houve feridos. Ele dormia em um cômodo e viu o momento que a areia tomou conta de mais uma parte da casa.
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Interdições
As duas residências foram interditadas em 6 de julho. Uma semana depois, em 12 de julho, ambas as moradias foram condenadas por um perito da prefeitura e um restaurante desativado foi interditado de maneira preventiva. Os imóveis afetados foram construídos em área de preservação ambiental, segundo a prefeitura.
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